quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Vai e Vem


Eis que você surge novamente
Vindo de onde eu já vim também
Com um sofrer no olhar
Mas com o mesmo jeito de cativar
De quem sabe até iludir
Amoroso como sempre, desejável como nunca
Ventos bons te tragam e te finquem
Já não sou mais aquele menino
Nem você aquele jovem indeciso
Tantos desencontros, outros caminhos
Saudade, quem sabe até um esquecimento
Um sentimento guardado, escondido
Quero provar desse teu possível amadurecimento
Firmar o que já era sem tempo
Confirmar o que acredito
Provar-te com segurança, com mutualidade
Já que veio peço que não suma como sempre
Desapareça e leve por água abaixo as esperanças
Essas ilusões que me faz criar
Não sei se e de propósito esse vai e vem
Mas já faz tanto tempo
Faça jus a suas palavras tão doces
Podemos ter mudado com o tempo
Mas nós nos reconhecemos nos olhos
Vamos deixar de ser tão largados
Vamos deixar o passado
Vamos nos viver nesse presente
Vamos criar um futuro
Tenho medo de você
Desse teu jeito político em campanha
Fala bem, dá a entender que vai acontecer, mas de repente some
Já estou saturado da solidão
Sou mesmo gato escaldado
Já que me plantou essa linda semente novamente
Vamos fazer germinar e colher os frutos que sem duvida serão bons
Não deixe de regar minha semente com teu retorno
Chega de tantas voltas, rodeios e nenhuma tentativa...

O mesmo e o outro


Pra que perturbar meus sonhos cada vez mais raros
Pra que justo agora fugitivo, agora que te deixava nas lembranças
Justo por essas datas, mesmas palavras, mesmo querer em vão
A tua mesma presença ausente
O sabor do beija a tona de novo, esse que já tinha resquícios de esquecimento
O mesmo lugar, as paredes de saudade, a vontade de te querer ali
Outras pessoas, novos costumes, uma ressaca maior
E você encravado na mente
Tua lembrança me traz o louco tempo que perdi
As enormes besteiras que fiz
As oportunidades que deixei, perdi
O quanto você me destruiu, me maltratou
A noite passa, as bebidas acabam, o sono chega
O outro também veio, foi percebido, notado
Quem sabe a nova chance, mesmo proibido
Mas querendo, tendo saudades também
Saudades de um tempo mais antigo, mais preso
Chegou, ficou, foi embora e voltou
Mas minha cabeça pesava com as misturas e com as lembranças
Com os medos insanos, falsos
Ele terminou indo deixando um abraço e um talvez
Chegou a chuva e sua tristeza
A fraqueza no corpo, mal estar
Mais saudades, mais lembranças, do outro e do fugitivo
Por que não me deixa fugitivo de Vénus
Por que trazer teu beijo mais uma vez
Estou te escrevendo de novo
Mas você está indo e o outro sendo esse ou não está chegando...

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Você


Vou me libertar dessa prisão, desse romance ruim
Eu vou me apaixonar novamente
Irei te esquecer finalmente
Não aguento mais tanta fossa
Tanta dor de cotovelo sem propósito
Vou acordar para a vida
Tentarei de novo
O que você quer mesmo é me ver sofrer?
Mas agora chega, não dá mais pra continuar assim
Não nego que quero sim seu romance ruim
Quero seu tudo
Quero seu cinismo
Quero tua infantilidade, teu riso sem juízo
Tuas doenças, tuas frescuras, teu fogo
Mesmo não sendo de graça, eu encaro o preço
Você é um perigo e deve ser por isso que me apaixonei
Engula tua repulsa num coquetel a base de tua promiscuidade
O que você me deixou
Desde que você foi embora meus atos são efêmeros
Uso e sou usado, já me satisfiz por tão pouco
Aproveitando antes da tragédia não é?
É isso que você faz, isso que me deixou
Ainda quero o seu drama fantasioso
O toque malicioso da tua mão
Quero o teu beijo impreguinado de nicotina, meu vicio
Quero teu surdo-mudo-amor
Você sabe que te quero e preciso de você
E você é tão sujo por isso
Tua presença me enoja me causa asco
Tua fala quase inaudível, tua classe de prostituta ao fumar
Como pode isso, por que percorre tanto meus escritos, meus pensamentos, minha vida
Fico imaginando se não tivesse te deixado ir
Ou pelo menos lutado, justificado, ouvido as desculpas esfarrapadas
Se tivéssemos continuado escrevendo esse romance ruim
Acho que nunca saberemos
E você continua habitando em mim acordado e nos meus sonhos
Você é um criminoso que me destruiu, me arrasou
Que impôs seu lugar em mim e vai ser difícil de alguém tomá-lo
Mas eu vou amar novamente, mais forte ainda
Apesar do meu coração quebrado
Podendo levar uma vida inteira
Eu amarei novamente, mais forte ainda
Vou procurar de deixar de fora dos meus escritos
Se assim for possível, se conseguir calar meus dedos
Eu me prometo amar novamente...

Agir


Queria pensar menos!
Mas pensando bem, queria tantas coisas
Querer não é mesmo poder
Pelo menos pra mim
Tudo foi sempre tão difícil
E eu nem sou pessimista
Estou ficando velho, acho que é isso
Acabado pela ação que pensamento causa
Estou desgastado pra minha idade
Já bebi muito e continuo bebendo
Fumo, bebo, fumo, fumo, prendo, passo
Mas agora estou dando um tempo
Não para pensar, mas para agir mais
Organizar a vida, tentar ganhar dinheiro
Ser alguém ou algo de verdade
Não que antes eu não fosse, era sim
Mas quero ser mais, aprender mais, mostrar mais
Está mais do que na hora de começar a me mexer
De correr atrás do prejuízo, mostra pra que vim
Tenho que ocupar-me mais
Mente vazia e corpo em repouso não levam a nada
O tempo segue sem parar
Tudo muda a todo tempo
Preciso de mais determinação
Preciso ser menos passivo as coisas
Preciso pensar menos e me meter mais
Preciso que isso não fique só no pensamento...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Encontrar-me


Como é difícil organizar meus pensamentos
O medo parece ter aumentado
Queria ter um botão pra me formatar
Resolveria tudo de uma vez, estaria novo
Agora vejo que deveria pensar menos
A cabeça pesa, tenho medo de perder o senso
Estou mais nervoso, o coração palpita mais
Queria não escrever tantas mazelas de amor
Queria me libertar de você
Mas confesso nunca querer te esquecer
Quem sabe um dia conversamos
Coloco um fim nesse silêncio presente
E até escuto e entendo tuas razões
Se desejar falar, se puder ouvir também
Tenho a impressão de ficar agora só nos entremeios
Nos olhares salientes, nas mordidas de lábios
O desejo carnal me tomou num grande gole
De uma só vez, como faço com pinga
É uma das coisas que faço bem, me embriagar
Me destruindo aos poucos
E a timidez essa não me larga nunca
Uma doença que ainda não conheço cura
Queria ser menos passivo as coisas
Ter força para fazer as palavras saírem da garganta
Elas parecem entalar, parecem estar aprisionadas
A memória já não e mais a mesma
Deve ser por que a concentração também me falha
Quem sabe um analista resolva tudo
Quem sabe eu me confunda mais

Eu preciso mais de mim...

Dor


De tanto te amar no além
Fui mais longe do que nós poderíamos ter noção
O amor dói tanto que lateja a alma
Mastiga meu pobre coração cheio de ataduras
Tampados os rasgões com band-aids
Eles que não seguram as lágrimas que me afogam
Dói, e a dor me vicia...

Abstinência


Lembro como hoje quando te vi frequentando meu ambiente social
Era simples agora admitir pra mim que sempre tinha te visto com outros olhos
Quem sabe se fosse naquele tempo seriamos só nós, até agora e sempre
Ali se marcava nosso encaixe, destinados como você me disse
Desde o primeiro encaixe de lábios me perdi
Esse gosto ainda me faz encher a boca d água
Prendi-me a esse teu olho banhado a cinismo
Ainda era proibido prós dois, assim acredito
Infiel pra mim, difícil de admitir pra você
Minha primeira pulada de cerca
Iniciava-se ali minha sina por você
Você era tipo o maior amor, o melhor amante e de quebra um carinhoso amigo
Te pedi de presente sem saber do preço que teria de pagar
O génio do altar forjado me cobraria caro
E você veio com tudo isso, embrulhado com papel e um laço de fita
E de repente com a mesma saliência que veio, foi embora
Foi se distanciando, ficando frio até me da à notícia
Até dizer que não queria mais e rir de mim
Eu não soube como continuar
A dor foi dura, senti o sabor das gotas salgadas que me cortavam a face
Mora nos meus piores pesadelos aquele lugar de necessidades fisiologicas em que desabei em pranto
Ainda tento seguir sem me arriscar
Sem amor o que me resta e a loucura
Foi como ser atingido por um choque de mil volts
Despenquei de um imenso precipício caindo de cabeça
Meu coração se afogou em lágrimas
Pedi socorro com muitos goles e pegas, tragadas, prensas
Sinto-me cada vez mais vazio e oco
O buraco está cada vez mais fundo
Não vejo mais verdade em coisas que me faziam respirar
Eu nunca me joguei tão forte
Nunca me entreguei a ninguém como fiz com você
Já você, nem almenos reconhece a forma como me magoou
Você nem imagina o tamanho da minha dor, não é?
É preciso um milagre pra me trazer de volta
Pra eu reconstruir minha consciência
Pra que eu perca essa mania terrível de comparar todos os beijos com os teus
E o hábito horrendo de sempre achar que como os teus não existe igual
Às vezes sou surpreendido por teu cheiro
Na verdade ele nunca foi embora ta aqui, persiste, insiste, não desiste e nem me deixa
A culpa é toda sua, por que você existe?
Eu nem sei mais como me sinto, sabia?
Você é a razão por eu não conseguir me livrar mais dos cigarros
Me apeguei a eles por sua causa, não sabe disso também não é?
Às vezes vejo você neles, é assim que te provo é o que me resta
Juro que tento apagá-los de uma vez por todas, quem sabe assim você vai com eles
Esse deve ser o prémio dos meus pensamentos ilusórios
Por gritar teu nome quando interrogado no que eu queria pra mim
Não deveria ter feito isso
Não deveria ter deixado você tomar conta de tudo
Fui só mais um peixe que caio em sua rede
Mais uma letra pro seu caderninho
Como pode depois de tanto tempo eu ainda estar tão preso
Preso ao inútil, sim por que eu tenho consciência disso
Sei sim que é tudo em vão, que a dor é e sempre foi só minha
É como se eu estivesse me tratando numa clínica de reabilitação
Cuidando do meu vício, da minha doença
E você é a minha doença, minha droga preferida
Vivo numa abstinência que não cessa
Mesmo lembrando das raivas, magoas, injurias
Eu deixaria tudo pra traz, esqueceria sem remorsos
Droga! Só pode ser loucura esse amor
Ainda faria tudo mesmo sem ter nada
Viveria tudo novamente sabendo do amargo fim, mas viveria
Se pudesse pararia o tempo e viveria só nesse ciclo
Seria capaz de qualquer coisa por sua reciprocidade
Mesmo sabendo que ela não existe
Mas sempre que você precisou eu estava lá
E sempre estaria se assim você ainda estivesse aqui
Que falta me faz teu abraço
Sinto a falta dos teus risos
Que saudade de quando você piscava o olho pra mim
Saudade dessa tua cara cínica e dissimulada
Você é mesmo minha droga favorita
O problema é que você me usava de um jeito diferente de como eu te adquiria cada vez mais
Você me viciou, me fez provar o mel e depois tirou
Mas eu sei que não era pra dar certo
Eu sei que você me passou a perna, me traiu
Também fiz isso, confesso
Só te paguei a mesma moeda
Antes a traição que a separação
Esqueceria tudo, perdoaria
Só pra te ter de novo
Mas você não é mais o mesmo, assim como eu também não sou
Te aceitava com tuas mazelas, doenças, defeitos
E não tentaria mudar nada
Pra que? Assim te afastaria novamente
Preciso te deixar ir embora, sei que você não volta
Eu preciso me apaixonar de novo
Eu tenho que me apaixonar de novo, eu prometo que vou conseguir
Eu preciso ir, eu preciso me livrar de você...

Lembra



Então me lembro aqui do maior dos meus casos
Dos abraços que posso ainda sentir ao fechar dos olhos
Minhas lembranças vividas
O pior dos erros que poderia cometer
Já não me lembro bem de tentar te esquecer
Aqui existe o calor da lembrança
O arder da saudade
O lembrar inevitável daquilo que mais temia
Que agora sinto no doer da realidade
Acho mesmo que gosto de tanto te lembrar
Essa é a minha culpa
Gostar da lembrança do doce gosto de sofrer
Aprendi assim a ter medo de também viver
Quem sabe aqui você podia se materializar da saudade que sinto
Que ainda me percorre pelas ruas de calor escaldante
Dos quartos te hotel, músicas suspirantes
É só melancolia, desejo de te ter de novo
Amargo amor, amarga dor
Teu cinismo o aturar do teu jeito sonso
Os quilômetros que trazem os antigos fantasmas
O lembrar, maldito lembrar...

domingo, 22 de novembro de 2009

Se


Se ainda te encontrasse
Quem sabe seria bem mais calmo
Se ainda te visse, quem sabe o nervosismo não me atrapalhasse tanto
Quem sabe não teria me frustrado pela ausência dos risos
Dos risos que eu precisava provocar
Dos risos que eu sou capaz de arrancar
Se ainda tivesse você
Quem sabe as coisas estariam melhores
Estaria feliz, estaria com você
Mesmo na dor do silêncio
No maltratar do teu jeito
Quem sabe a dor de cotovelo seria melhor
Se aqui você estivesse
Se pra você eu ainda existisse
Quem sabe novamente os risos teriam sido meus
Teriam sido música nos meus ouvidos de mazelas de amor
Se ainda te visse
Se ainda te encontrasse
Se ainda fosse vivo em você
Se ainda fosse meu
Seria mais crédulo com o mundo
Acreditaria mais nas pessoas
Acreditaria mais em mim
Vai ver me cobraria menos
Ou me daria melhor nas coisas que faço
Saberia até o que esperar do futuro
E não ter medo dele por vezes tantas
Saberia o que querer do presente
E poderia recordar o passado sem rancor, sem temor
Se ainda te encontrasse por ai
Os cigarros ascenderiam
Os vícios me exalariam
Encontrando-te ou não
Tendo-te ou não
Eu ainda te sinto
Teu cheiro me ronda
O amor ainda está
Assim como a dor...

Procurando Jeito


Você precisa dar um jeito em sua vida!
Quem me falou isso nem sabe que o jeito tem que ser além
Muito além de débitos econômicos
Preciso me dar um jeito
Não quero ter medo do que se reflete no espelho
As vezes não me reconheço
Apesar de olhar para traz e ver que apenas o silêncio diminuiu um pouco
Agora ando desesperado
Saio mudando o rumo, desviando o caminho de casa
Aumentando o percorrer dos ônibus, assim como o numero de paradas
Tudo isso para achar encrencas como eu
Estou com medo de enlouquecer
Dormir é tão difícil
Os pensamentos andam a mil
Vozes gritam coisas dentro da minha cabeça
A memória está às falhas
O corpo sempre cansado
Mas ainda assim persistindo
Mesmo com zunidos atordoantes nos ouvidos
Com o sono da noite roubado
Com o ego ferido por qualquer motivo
Carente como nunca, medroso como sempre
Acho que perdi de vez a compostura
E me dei conta de que nunca tive uma noção concreta das coisas
Não consigo mais lembrar dos sonhos
Estou numa corda bamba e não consigo me equilibrar...

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O que martela na cabeça e dói no coração




Os meus pensamentos persistem em olhar o passado
Não sei se saudosismo ou sadomasoquismo
Vai ver é tudo a mesma coisa
É certo que ainda não esqueci
Assim como não me esqueci dos outros
Não ouve ponto final em uma das minhas historinhas inacabadas
Lembro de todas, cada uma do seu modo
Uma que virou amizade
Outra o calo que ainda dói
Tem as lembranças boas
Os que não existe contato
Pena mesmo é que o calo sempre incomoda
De vez em quando abre, sangra e da trabalho
Ai encaleja de novo e fica áspero
Mas parece que nunca some
E a culpa de ainda ter esse calo
É minha, toda minha
A lembrança tem gosto
O cheiro cada vez mais impreguinado
Saudade é uma palavra que dói
Eu mesmo me rejeito por ainda sentir isso
Por prestar esse papel de ridículo
Me submetendo a esse estranho sentimento que ainda persiste
Já perdi as esperanças
Pra mim já está provado como a espera cansa
A espera por quem não vem
É humilhante pensar em quem não sabe mais nem quem sou
Quem nunca me conheceu de verdade
Quem não soube cuidar de tudo que era passado
Com tanto zelo, atenção e reciprocidade
É essa a palavra, só queria um pouco de reciprocidade
Sei que todas essas palavras são em vão
Assim como meus pensamentos
Só não posso renegá-los
É nesse desespero que sinto, reflito e vivo...

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Outras coisas


Entre silêncios e tormentos sigo riscando essa vida
Procuro não esperar mais nada de ninguém
E nem procuro por mais nada
Agora ando deixando acontecer
Mas não deixo de fazer por onde
Esperanças é que não crio mais
Elas já me deram tanto trabalho
Tento estar cada vez mais habitável,
Nesse mundo camuflado onde pintamos sociedades nossas
Pequenos mundinhos, realidades sozinhas
Sentindo saudades do que passou
Sendo saudosistas com o futuro
Tão cansado de tudo
Sonolento e hipocondríaco com a vida
Buscando o resgate de uma lombreira felicidade
Ela era o que restava inúmeras vezes
A saída de emergência mais suave
A contagem agora é regressiva
Cada minuto vale muito
Os anos se acumulam e pesam
Tenho muito a fazer
Tenho muito mais a aprender
Quero poder passar, transmitir
Quero ser pensado por ai...

Desamparo


Minha mente anda aos giros
Não sei de muita coisa
Mas sei que não quero ser alguém que vive aos tombos
Desconsertado e desconsertando
Atingindo aos outros com minhas mazelas
Não quero ser o que ri mais alto
O que sempre chama toda a atenção com o silencio
Também não quero preenchê-los
Eles me gritam verdades
Como aguentar noites não lembradas
Conversas alcoolizadas, devaneios exalados
O que estou fazendo?
Às vezes me sinto cínico
Dissimulado, um astuto jogador
Já fiz ate o que não queria que fizessem comigo
Bobagem, já fizeram e eu nem percebi
Muitos me amaram, outros me desejaram
Alguns ainda nem me esqueceram
Mas ninguém soube me ter
Ate eu me sentir na lata do lixo
Desde então vivo me reciclando
Ou de repente me enganando
Nada sabemos de nada
Tenho segredos que nem mesmo eu sei
Mentiras que eu próprio me contei
Relembrando o que eu não esqueço
Uma nostalgia quase doentia
Melancolia que chega a ter gosto
Mas nunca desistirei de me equilibrar
De me erguer quando nem consegui suportar
Assim eu irei meio zureta
Tentando me lembrar do que fiz na noite passada
Com medo de ter feito ou de querer não lembrar
Loucura não é uma coisa ruim
O que existe é o exagero...

sábado, 10 de outubro de 2009

12 de Outubro


Poderia ser apenas mais uma data comemorativa
Um dia para se festejar a infância
Ou o dia santo de uma santa padroeira
Mais pra mim este dia vai muito mais alem
Significa o surgimento de uma pessoa materna por inteira
Viestes ao mundo pra sofrer com o egoísmo dos homens
Dona de uma vida sempre dura
Aprendeu a trabalhar cedo pelas cozinhas e currais de casa
Entre vassouras, bonecas, surras e carinhos de irmãos
Travessuras inocentes entre as roças
Os afagos do amor paterno
A imensidão de uma dor sentida muito cedo
A perca de seu bem feitor, seu amado pai
A realidade de uma vida dura
Salve-se quem puder?
Não, agora era um por todos e todos viraram um
O desgosto de nunca ter conhecido os ensinamentos da escola
Apenas pelo simples fato de ser mulher
Na primeira festa, presente de aniversário
Com esplêndidos doze anos
O primeiro e único amor
Amor doido, de um futuro de fases e fases reviradas
De muitos hematomas e roxões
Desde então só fez amar
Tomou pra si a vida e realização dos outros
Passou humilhações, medos, fome
Mas também existiram as alegrias, as conquistas e até uma certa independência
Sua vida se reverteu à família
Passou sem medo por casas de taipa
Enfrentou as secas, plantou o que comer gestando vidas
Foi deixada no sertão na esperança da exploração de uma vida melhor na cidade
Enfrentou a saudade e os tormentos de estar a quilómetros
Léguas muitas de seu escolhido companheiro
Teve coragem de enfrentar tudo e qualquer um que se contrariasse
A impedi-la de seguir atrás de seu procriador na capital
Chegou com uma mão na frente e outra atrás
Mas sem medo de lutar até com forças que não tinha
Casas de aluguel, barracos de madeira e mais um pouco de fome
Até conquistar a casa própria, o ninho segura pra sua ninhada
Ela não se abalava pelas vezes que trancada em seu quarto
Servia de deposito violento de fúria
Deus é mais!
É assim que ela pensava é assim que ela se mantém em pé
Hoje vive presa ao sustento de todos
Como uma princesa aprisionada em uma torre
Desculpe pelas lágrimas derramadas
Pelos desgostos causados
Pelos abraços não dados
E pelos EU TE AMO muitas vezes não falados
Pela minha impaciência e desleixo
E muito obrigado por derramar em mim sua existência
Por estar sempre presente
Por me amar incondicionalmente
Só pra lembrar: EU TE AMO...

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Enfim!



Sabe, estaria sendo desonesto e mentiroso
Se reprimisse a saudade que sinto
Também posso estar sendo maldoso
Revelando e causando certas esperanças
Mas jurei ser honesto contigo, meu bem
Me fizeste tão feliz
Me amaste tanto
Como se preocupou comigo
Me deu tanto carinho, causou tanta emoção
Sempre atencioso, sempre entregue
O tempo todo presente
Tão capaz de me satisfazer
Agora o necessário é me desacostumar
Dos teus mimos, mensagens e ligações
Longas, turbulentas e amáveis ligações
Agora não me pertencem mais teus beijos
Nem teus carinho e abraços calorosos
O quarto quinze está guardado na memória
Com sua cor azul e seu cheiro de desejo
Aquelas paredes guardam risadas, brigas, conversas
Alguns segredos expostos, umas outras gotas salgadas
Que molhavam insistente o travesseiro
Novas experiências, prazer só sentido com você
E amor, muito amor
Desses sinceros e verdadeiros
Tão honesto e cauteloso que agora é só lembrança
É bom lembrar desse jeito
Foi bom manter o respeito
Você foi bom
Será que eu nunca estou satisfeito?
Será que foram os defeitos?
Minhas asas são tão grandes agora
Que não querem parar de bater
Eu perdi os freios
Não sei o que são explicações
Não me dou bem com cobranças
Nem sei mais como abandonar meus silêncios
Estou acumulando historinhas inacabadas
De mão em mão, sem saber meu paradeiro
Assustado, frente a frente com o que eu já não tinha
A solidão não me assusta mais
Acho que é disso que deveria ter medo
Enfim, é esse o preço de se arriscar no amor
De não ter mais receios de dor
De esperar sem se cansar
Por uma coisa que parece que não vem...

Sei que você estava ansioso para ver isso
Não se constranja nem me julgue mal
No seu lugar eu estaria igual
Estou tão confuso
Tantas coisas ditas
Tantos maus entendidos
Quantos silêncios incômodos
Foi tudo tão rápido
Foi tudo tão bonito
Somos mesmo distintos
Eu voando e você sempre atento
Sempre tive medo de não atingir suas expectativas
De não te satisfazer, não te entender.
Não sei se isso aconteceu
Não me peça desculpas
De que elas adiantam
Espero não te levar ao sofrimento
Não quero te trazer tormentos
Não quero ser lembrado como um arrependimento
Fui sim sempre sincero
Não duvide dos meus rabiscos
Eles são mais verdadeiros que minhas falas
Agora faço parte do passado
Aquele que eu escutei não ser lembrado
Foi melhor agora que adiar e brigar
Teu amor não doeu
Só tive felicidades
É verdade que às vezes você me tirou do sério
Mas tudo fez e faz parte
Agora cada um segue em sua mão
Por enquanto única...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Um outro pensar

O coração hoje amanheceu espremido
Um medo que é apenas medo
Sem tamanho, sem sentido
Apenas um medo doloroso
Receio de acordar de um sonho
Sonho esse real e compartilhado
Que seja só saudade
Não quero fazer do seu amor
Um papel rabiscado
Que sem pensar duas vezes
Amassamos e jogamos fora
Eu sou uma contradição
Mas tenho certeza das coisas que exalo pelos poros
Eu sou inconstante, mas não sou indecifrável
Deve ser a intrometida insegurança
Ela surge assim, mete o nariz onde não é chamada
Nada posso fazer e o que deveria dizer
Fui sincero me despindo ao seu julgamento
Me incomoda o fato da sua certeza ao meu silencio a sua frente
Eu não sou previsível, mesmo se pareço
Se for um sonho, não quero ser acordado
Se for carência, não quero supri-la
Se o amor está acabando?
Você é quem tem essa resposta
Se o passado está presente?
Tuas perguntas te respondem
Não vou desperdiçar um cúmplice, um amigo, um igual
Não jogarei essa calmaria fora
Esse acomodo que me deixa tão satisfeito
Eu posso ate não saber o que quero
Mas eu tenho certeza do que eu não quero
Não tenho falta da solidão...

sábado, 26 de setembro de 2009

Falta


Uma sensação gasturante
Um pedaço fazendo falta
A impressão trazendo o fato de parecer incompleto
Saudade que aperta, espreme e maltrata por dentro
É a abstinência fazendo sua parte
Contando os dias, as horas, minutos
Querendo te ter, te sentir e te amar
Ando te querendo cada vez mais
Meu bem, meu amado...

Firmamento


Eu te tenho comigo
E agora que te tenho
Já não posso ficar sem você
Não canso de admirar teus traços
Meus olhos grudam em tua face
Teus olhos devotos me fascinam
Teus lábios delirantes me prendem
Tuas mãos conseguem mapear meu corpo
Meus pontos de partida
Teus desengasgos me desconsertam de satisfação
Travamos uma luta de conquista diária
Vamos compondo esse amor ponto a ponto
É pra não chegar o dia de sermos apenas amigos
Nem nós imaginamos assim
Da calafrios, nervoso, frio na espinha
Só você pra me fazer flutuar
Pra me jogar na cara a realidade crua
As responsabilidades necessárias
Nesse nosso plural-singular estou a salvo
Sei que silêncios ainda permanecem
Que estranhezas aparecem
Tudo some quando somos só nós
Sabe estamos mesmo sem controle
Você diz te-lo perdido
E eu nem cheguei a encontra-lo
Mas uma coisa é certa
O que sinto só aumenta...

Desabafo


Eu sei que não deveria estar escrevendo essas coisas
Não deveria transmiti-las, mostrá-las
Sei também o preço que poderei pagar
Sei das pesadas consequências que poderão surgir
Mas é que se eu não fizesse se não transparece-se
Eu ainda sentiria, isso ainda me entalaria na garganta
Procuro um sentido e não encontro
Eu juro que não estou tentando dificultar as coisas
Juro não querer magoar e nem causas falsas esperanças
Nem quero retornar pra o lugar de onde fui salvo
É que às vezes parece existir fantasmas entre nós
Se o passado for um fantasma
Você veio para exterminá-lo
Não quero afundar com esse orgulho ferido, com essa velha dor
Eu não quero me render a isso
Eu sei quem estou amando
E não é nenhum fantasma
Ele só causou confusão e tormento
Quase me levou a destruição
Não me causou nada a não ser problemas
Isso é e foi constante
Esse é o fato de o dialogo não existir
Foram regras do termino
Regrar instintivas, involuntárias
Espero que isso te mostre um sentido
Por mais que essa dor persista
É somente ela que surge
No máximo uma gota grosseira de raiva, só raiva
Não ódio, por ser um antagonista perigoso
Eu estou me libertando
Estou partindo pra uma nova jornada
Pra nossa jornada...

O silencio da madrugada é perturbador
Os pensamentos trazidos por ele são amargantes
Não quero me policiar
Não quero me censurar
Você não merece isso
Queria mesmo falar tudo o que passa em minha cabeça
Mas que culpa tenho eu de guardar as palavras
De engoli-las muitas vezes
O certo se mostra tão duvidoso
Não quero me explicar
Procuro ser entendido, ando tentando me entender
Será que apenas me acostumei?
Será que é mesmo necessidade?
Olha eu me censurando
Escolhendo palavras certas
Quero olhar pra lua
Mas nela não quero ver o coelho dos apaixonados
Desejo ver a tua face
Quero poder fechar os olhos e sentir tua presença
O teu toque, teu sabor
Quero sim aprender
Adorarei ensinar, só somar e multiplicar
Não me prive das perguntas
Mas também não arranque as respostas
Esteja sempre por perto
Mas não tome o lugar da minha sombra
Te deixo a vontade
Mas não se sinta largado, solto
Já não me imagino sem as cobranças
Doces e saldáveis como só você sabe impor
Quero agora me acostumar a não sofrer
Já que agora tenho o que quero
As vezes penso gostar de uma fosa
De conversar com a solidão cara a cara
Mas são só os pensamentos do silencio da madrugada
Que tudo passe no amanhecer...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Década Dupla


Essa noite eu fui dormir com medo
Era saudade dos tempos de criança
O mundo gira, pessoas passam
As coisas mudam, se transformar
Quantos medos encravados na alma
Quantas alegrias soltas na mente
Que felicidade eu tenho agora
Que amor mais lindo, leal
É esse que palpita agora em mim
Muitas vezes não tive nada alem do choro
Outras vezes me restava só olhar
Mesmo assustado, nada de gritos
Fui aprendendo a guardar, me acostumei a acumular
Ando tentando liberar, estou indo aos poucos e devagar
Fui me perdendo pela vida
Um tanto derrotado, anestesiado
Alguns vícios foram adquiridos
Certas coisas esquecidas
Fantasmas de magoas perdidas
Procurei, me desesperei, me desmotivei e quase desisti
Ai, de repente fui achado, fui salvo
Desde então eu amo
Desde então eu aprendo a ser feliz
Tento não me assustar, não ter medo de repente o coração não suspirar tanto
Não ter medo do tempo
Perigoso tempo, indecifrável
Um tempo feliz seria o agora
Lembranças de raivas engolidas
Alegrias contidas, guardadas
Esperas que me cansavam
Tormentos que não me deixavam
Saudade louca do que ainda esta por vir
Fome louca de viver cada momento
O amor agora resolve sorrir
Ouve o medo de tentar de novo
As amargas decepções
Os cortantes silêncios
Os alucinados pensamentos
A eterna esperança
O chega, a mudança
O bater de asas
As experiências, as provas
O presente do acaso
O encontro do destino
A satisfação atingida
As insatisfações ocorridas
A necessidade de recomeçar
A dádiva de poder ser
A maravilha de se descobrir...

Ato Verdadeiro


A certeza do verdadeiro amor
Essa afirmação forte, poderosa
Vem dessas noites de entrega
Do amor incondicional
Do entendimento mutuo
Da compreensão aliviadora
Do lacrimejar dos olhos
Dos suspiros, da respiração sobre a pele
O adivinhar de pensamentos
O embalar das melodias
Ainda bem que você vive
Ainda bem que nos achamos
Que sorte a nossa
Agora lembrar dos foras do passado não dói
Era tudo truque da vida pra nos unir
E eu que nem acreditava mais
Suspirava de tanta agonia
Quem sabe conquistei o tempo
Tudo acontece na hora certa
Agora eu já sei
Agora eu entendo
Entre tanta gente sem graça
Entre tanta futilidade
Surge o que eu esperava
Já andava sem esperanças
Desmotivado com o coração aos cacos
Então surge o que eu esperava
Por isso não me deixe nunca
Uso a palavra nunca, pela força que ela carrega
Tenho total noção do que peço
Com você da certo
Eu fico mais bonito
Mais esperto, mais contente
Podia estar perdido, caído por ai
Mas eu não quero, eu te quero
Com você eu sou feliz
E ninguém pode com a nossa felicidade
Agora sei que estou completo
Nosso sentimento espanta todo e qualquer olho maldoso
É tudo tão forte
É tudo tão simples
É real, é constante, é recíproco
É o verdadeiro amor...

Dito


Eu estou bem, na positividade
Não me tema
Não tenha medo de nos fazer feliz
Não se amedronte, se encolha
Eu estou em teus braços
Eu estou com você
Você reluz incessantemente no meu pensamento
Sabe do mais, Eu te amo!
Te quero, adoro te surpreender
Falando o que você adora
Lutando pra te merecer
Querendo mesmo te ver sempre feliz
Sempre cantante, irradiante
Acelerando e escutando meu coração
Com você me elevo, transcendo
Fico sem fôlego, sem palavras
Fico leve, entregue
Te imagino ao longo
Te imagino comigo, na mesma via de mão dupla
Não vamos nos perder
Me mostra o porão desse lindo coração
Vamos ficar lá guardadinhos, juntos
Quero te entender, te enxergar no olhar
Muitas outras vezes
Quero cada vez mais que você sinta minha transparência
Continua, você já foi muito alem
Te carrego comigo...

Noite Apavorada


Essa noite foi atormentada
Tumultuada com antigos e persistentes pesadelos
O velho charlatão em seu recinto embriagante
Queria deletar da minha mente, esses pesadelos tortos
Acordei com medo e assustado
Apavorado por querer você pra abraçar e não encontrar
Atormentado sem saber se era presente, passado ou futuro
Queria seu abraço forte arrancando esse medo feroz
Tenho a sensação de estar voltando ao caminho certo
Me guia e me ilumina com a sua luz
Me ensina a ser alguém
Me da às razões
Me mostra o verdadeiro sonho de amar...

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Positilicidade


Quero deixar claro!
O que sinto agora é melhor
A minha garra é mostrar
Só, e somente o que sinto
O vicio é agora muito melhor
Mais seguro, mais amável
Mais real, muito mais honesto
Triturantemente mais verdadeiro
Continuei e fui além
Pra mim o escuro e ilusório passado
Agora se resumiu ao ponto final
Antes tarde que nunca
Foram muitos os tempos rastejantes
Solitários e tumultuadamente perturbados
Tudo agora é mais claro
As coisas têm mais razão por acontecerem
Sou mais humano e feliz
Estou de boas na lagoa e o cabelo voa
Tenho tudo o que quero...

Digo sim


Eu sei que não será pra sempre!
Como dizem: O pra sempre, sempre acaba
Mas pode ser por toda vida
Dependerá de nós
O acaso nos juntou
O destino nos achou
Em teus braços eu me sinto eu mesmo
Tua presença me emudece
Fazem travar minhas palavras
A boca só quer beijar
Os olhos é que não escondem nada
Dizem tudo sem nenhuma farsa
O brigado por colocar meus pés no chão
Por deixar meu coração nas nuvens
Por me trazer de volta a vida
Por ser tão cauteloso, atencioso
E ser especialmente amável
Por ser radiosamente belo e me chamar de lindo
Eu quero muito te merecer
Fazer valer cada sonho que pula dos teus lindos olhos marrom cor de mel
Tu es doce como o mel
Tão delicado quanto o mais honesto poema de amor
Adoro quando me leva ao riso
Quando faz subir minha temperatura
Te agradeço por pensar em mim
Por aturar os meus silêncios
Por me fazer tão feliz
Por me fazer o pedido
E por me provar que não precisava nem pensar pra aceita-lo...

O encontro


Obrigado por dar mais cores a minha vida
Por deixar as cores mais vivas
O mundo mais sorridente
Foi muito bom te conhecer
Foi melhor ainda você saber me envolver
Foi impossível não ceder aos teus encantos
Que dia, que tarde maravilhosamente amável
Que paz inimaginável
Nem sabia mais
Não tinha mais noção da magia desse outro plano
Dessa leveza mais orgânica que as ervas proibidas
Benditos ventos que te fizeram cruzar comigo
Não se assuste com meu silêncio
Ainda estou aprendendo a falar
Sou mais apegado aos atos, aos fatos
Deles não podemos escapar
Que se prolongue esse estado supremo, esse nirvana
Que venham mais tardes como essas
E até mais silêncios
Desde que sejam igualmente saudosos como os que já tivemos...

Nós


É, parece que nos veremos de novo
Eu só espero querer tentar
Andei em caminhos tão escrotos
Lugares tão sórdidos
Que me leve ao seu lado
Que me lace, me dome
Ando mesmo meio arisco
Um tanto quanto ríspido
Precisando de braços que me envolvam
Beijos que me viciem
Mais que há outra hora já dados
Não vamos nos apegar ao passado não é mesmo?
Estou de braços abertos pro seu presente
Venha, me leve, mas fique
Permaneça, prossiga em nós
Você tem vontade, isso é bom
Vamos tentar não ser em vão
Vamos construir um mundo
Vamos fazer planos
Não vamos causar danos
Vamos prometer não ter enganos
Vamos fazer do sonho nossa realidade
Nossa dualidade...

Individualidade


Tenho medo de me trancar na individualidade
De não saber mais ser sociável
De não saber se fazer presente
Medo de ser só silêncio
Medo de ter medo
Não saber me fazer alguém
Não me destacar em meio aos egos cada vez mais altos
Não ter vez, não saber qual é a vez
Ter sempre o calar
Andar pelos cantos
Olhar, ouvir e emudecer
Medo do tremor dos nervos
O nervosismo matador
O temor, o suor, o gaguejar
Entender e não conseguir expressar
Embelezar meu conteúdo
Investir na minha casca
E parecer cada vez mais com uma sombra
Estar presente e não ser notável
E ser cada vez mais um tanto faz
Conversar comigo mesmo
Ser amigo de mim mesmo
Solidão não me acompanhe...

A meta nunca atingida
Aquela meta surgida
Nunca cumprida
Só almejada
Eu queria, mas não sei se quero mais
Vou fugir pra surpresa no ônibus
O momento, a oportunidade
Onde permaneci na mesma
No olhar, no se
Até quando, como?
De onde virá?
Como aparecerá?
A demora é grande
Esperar não é bom
Não saber o que fazer é pior
Vai lá pessoa sem noção
Sem limites, sem culpa
Há se você sentisse mesmo culpa
Quem sabe se sentia diferente
Quem sabe se media nos atos
Quem sabe até pensasse mais na doutrina da vida
Nem tudo é melodia
Nem tudo é legalaize
Nem tudo é só paz e amor
O amor não existe
Há se você soubesse disso
Há se você lembrasse disso... da nossa mesquinha, ardilosa e passageira sina...

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Ter


Queria mesmo te ver novo
Gosto dos ventos do acaso
Parece que entrei nessa agora
Foi bom, sentir um frio
Um perigoso frio na barriga
Não esqueço a sua passagem
Tão rápida, um lance
Como faço pra te encontrar
Aparece e me leva
Me leva pra um lugar melhor
Aparece e causa mais charme
Vem de novo e traz mais graça
Vem pra eu te mostrar a minha praça
Vem que vai ser massa
Vem que essa escura noite também passa
E quem sabe o velho medo todo vaza
Volta pra tentar fazer melhor, na raça
Sem perigo, na manha, eu vou de graça
O brigado por essa bagunça
Esses versos, esse abuso
Essa esperança traidora
Esse fervor que andava escasso
Queria ter um poder telepático
Ser paranormal ou ter um GPS pra te rastrear
Queria teu olhar
Um toque, um abraço
Novo fleche, nova presença
Você materializado só pro meu espaço, no meu passo...

terça-feira, 4 de agosto de 2009


Sem esperar nada
Sem me preocupar
De repente o ônibus que eu esperava veio a minha frente
E de dentro sai você
Te olho, você me olha.
Nós nos enchergarmos do mesmo modo
O olhar permanece fixo
Na condução eu subo
Dela você desse e corro pra próxima
O olhar não é desviado
De você veio um sorriso
E um cochicho com a amiga
Te vejo sumindo em meio aos outros
Quem é você?
Quero muito saber...

Estou como a noite sem lua
Inimaginável, porem existente.
Está difícil segurar a minha onda
Atitudes sem um pingo de noção
Vagando pela vida sem ter um paradeiro
Calando, guardando e me escondendo.
Um bosta mesmo!
Esperando alguém que caiba no meu sonho
As rugas aumentando
Os fios de cabelo diminuindo
Inseguro até o ultimo talo
Sem importância, sem rumo.
Diria até que perdi a essência
Parece que andei regredindo
Construí um mundinho em cima da dor
Da solidão, da carência.
Me acomodei, mas não me acostumei a ser sozinho.
È duro ser rejeitado
É complicado ver que as coisas não são como pensamos
Nunca desejei tanto
Nunca senti tanto
Nunca me machuquei tanto
Parece que o tempo agora corre mais rápido
E eu estou estacionado
Estaticamente parado
Cansei de tanto pensar
De tanto olhar ao horizonte
Agora me encolho na cama
Tentando sumir do mundo
Acho que não posso com a vida
Acho que não sei amar
Acho mesmo é que nem sei o que é amor
Maldito lirismo desmedido
Pra que porra tanto romantismo
Os que sentem com a razão é que são felizes
Os que não se embriagam de sentimentos
Não se dopam de paixão
E não se drogam com o amor
Um vicio que é incurável
Sem chance de reabilitação
Eu me perdi e não sei qual o meu caminho...

sexta-feira, 24 de julho de 2009


Meus segredos são só meus
Levarei eles eternamente comigo
Mistério pros outros
Tormento pra mim
Vício adquirido cedo
Migalhas doentias e cheias de tesão
A primeira vez veio assim
Dessas escuridões sanitárias
Levado pelos ventos da carência, da solidão
Um fetiche perigoso e tentador
Nos meios públicos e silenciosos
Tão a mostra, tão escondido
Servido a degustação dos envolvidos
Uma espécie de perversão dos instintos
Tento mas não consigo evitar
Acontece sem querer querendo
Um meio rápido e fácil
A única alternativa que ainda resta
Num lugar sujo e fedorento
Sem mesmo poder aguentar mais
Tudo continua, todos continuam
E eu infelizmente ainda estou continuando
Nenhum ser humano revela tudo
Ao que não aproveitou o petisco free e no ponto
Desejo sorte e uma boa luxuria
Eu ainda espero ser salvo...

...


Tenho andado tão perdido
Alucinado em algum banheiro depravado
Forçando pra regurgitar as dores
Ando enjoado com a rotina desvairada
Dessas noites flutuantes
Desses dias tão sufocantes
Nessa estrada louca
Tentando pegar uma carona
Com destino a alguma viajem
Uma outra tentativa
Uma outra discurçao
Uma outra aura, outra visão
O medo com gosto de quero mais
O talvez corroendo
A insegurança faz presença...

Dor de Cotovelo


È só mais uma súplica que faço
Querendo me livrar desse mormaço que ando metido
Pra onde fui empurrado ando me debatendo pra sair
É muito bom fazer zoeira
É muito boa uma bebedeira
Dar gargalhada falar besteira
Bem melhor é viajar sem rumo e avançando as fronteiras
Sem se importar com o aviso socialmente legal que diz:
É proibido fumar!
Adoro uma panela de pressão chiando com os ingredientes certos para uma madrugada que promete
Gosto do grupo de amigos
Gosto do livro achado para uma merecida apologia
O que não anda me agradando
A pedra do sapato, o calo que anda incomodando.
É a cama espaçosa
É à volta pra casa
E deitar a noite escutando as dores de cotovelo
Leva-me pra outro lugar
Mostra-me o som pesado que grite, que quebra tudo.
Me mostra tua doçura
Eu tento amenizar tua tortura
Que a recíproca seja verdadeira...

segunda-feira, 6 de julho de 2009


E ainda estamos aqui!
E que o tempo não possa guardar
Aquela magia do outro plano
Aquela realidade tocada na minha pulsação
A minha felicidade depende de você
Eu dependo de você
Que merda é essa!
Que amor é esse!
Você foi por ai, sem ter como voltar
Ando esperando por aqui sem ter como sair
A espera cansa!
O tempo que me passa
Sem ter como contar
Esquecendo de lembrar
Que eu pareço não existir
No luto que avanço ao socorro
Lutando como um louco bêbado
Fazendo referências a saudade
Que saudade eu sinto...

sábado, 4 de julho de 2009

Lembrança


Não posso e nem quero reviver o passado
Ele é mesmo uma roupa que não me serve mais
O problema é que vivo agora em função de algumas lembranças
Ou sempre vivi e me dou conta apenas agora
Sinto que tudo foi se acumulando cada vez mas
Está tudo amontoado agora
É difícil organizar os pensamentos
Estão todos soltos, é uma espécie de vida própria
É uma pena que os pensamentos não se adequão aos atos
O atos por sua vez, estão inconsequentes
O instinto anda os dominando
Os atos só tem bloqueios com o coração
Desse nem tenho como falar
Anda aos farelos, vive de migalhas soltas
Come o pão que o diabo amassou
Agora olhando para o passado
Ví como o presente está diferente
Não caibo mais naquela vida POP
Estou de saco cheio!!!
Dessa educação, das boas maneiras, de rostos felizes
Não que estou querendo mergulhar nas águas salgadas da amargura
Digamos que estou na beirada do rio
Mas se eu cair não tem problema
Me ensinaram a nadar até mesmo no seco...