quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Pelas estrelas amarelas que me encantam



Quero secar as lágrimas choradas um dia
Estancar essa dor que já comeu tantos momentos
Já causou tantos desencontros
Que se perdia não prometendo e desistindo antes da hora
Eu também não me dou muito bem com o tempo
Mas mesmo assim é possível construí-lo de uma forma diferente, um tanto doce
Mesmo com os teus outros rondando, me fazendo enrijecer a face
Até perder o controle querendo explodir cabeças com a mente
Merecendo-te pela vida e pelo que é sentido
Um pingo de lucidez numa mente abandonada
A única coisa que faço é confiar para que você também confie
E confio, e acredito, e sigo querendo me encontrar no escuro fundo dos teus olhos
Jogo fora o medo e vou à varanda, e te fumo num cigarro, o teu
Estrelas amarelas me perseguem, eu adoro, elas me banham
Olho entre aqueles prédios e luzes ainda resistentes, tento chegar mais perto
Te invadir no meio da noite, te beijar e voltar percorrendo o caminho amarelado do céu
Adoração percorre versos em meus ouvidos
Meu peito está aberto e quero tocar sua alma com a palma da mão
A saudade está aqui...

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A nova busca e a mesma procura



Antes de começar vou logo me perguntando o que nem posso me dizer
Como me livrar das inseguranças que te afastam de mim?
Essas que me fizeram cego e mudo por tempos e motivos tantos
Poderia colocar a culpa nessa coisa de horóscopo, astros, planetas
Culpar tudo com toda e qualquer vulgaridade mais próxima
Mas agora a corneta toca, agora procuro caminhos no tempo
Mas afirmo ao senhor destino que nada fica entre 1 e 23
Assim como na música de guerra amada daquela lutadora que se foi
Ninguém além de nós e todas as relíquias que agora caço e acumulo alucinado
Desenterraria assuntos mortos e culpas não tidas,
Se isso te fizesse percorrer de volta o mesmo caminho que um dia foi se afastando
Indo, para depois, mais tarde tantas vezes voltar, o meu vai e vem
Nosso caso sério busca um novo reencontro
Volta pro teu demônio que o inferno congelou
Perdoa os pecados, vamos colocar arruda na orelha e encarar qualquer retrocesso
Vamos nos vestir de verde e tocar o foda-se
Volto das lembranças, vejo como está meu caminhar
Deparo-me numa mesa com latas vazias e muita ausência
O cigarro se foi, junto com toda essa saudade que chega mesmo com sua presença
Essas coisas de quem na maioria das vezes tem apenas o olhar para se satisfazer
Quando olhar é o único suspiro que conforta, o socorro que resta
Vou engatinhando sobre tuas pegadas
Quero tuas digitais marcando meu corpo
Quero os beijos e abraços que só você sabe dar
Quero reticências no final
As cartas foram dadas e o meu jogo é você quem faz
As regras e dinâmicas fogem do meu controle
Estou derramado em tuas mãos, quase a escorrer
Somos sagrados, mas não podemos estar dependurados em nenhum pedestal
Minha pupila insiste em te refletir, quero aprender mais
Minha mente é seu terreno, você a estaca mais profunda, o grande colonizador
Te vejo flutuando entre meus dedos
Engolindo comentários, dando sorrisos que te entregam
Tateando no escuro uma vontade tão castigada, tentando achar a luz
Vênus me guia e assim vou desviando das montanhas
Assim vou arrancando pedra por pedra das muralhas que me bloqueiam do teu mar
Vou ditar passo por passo o caminho da nossa estrada
Vamos desenhando esse mapa pelas tardes e madrugadas que encontramos
Frente a frente ou transmitidos pelas telas da tecnologia nem sempre favorável...

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Pra não esquecer um tempo de muito sono e pouco descanso



De repente é simples, não sou eu que posso partir, mas sim você
Podem te levar de anos de espera e essa é a causa da minha pressa
Essa é a única certeza que tenho, o pouco que ainda posso crer
O motivo de me fazer perceber uma importância que não consegui encarar
Medo de dar certo mesmo, medo de me engolir sem ao menos mastigar
E medo de errar mais uma vez, de errar o que não é erro
Senti saudade do azul do paraíso
O quarto 15 ao qual não quero voltar por mais medo de suas lágrimas e afins
Pois é, agora é minha vez de transbordar o riu que você chorou
Eu voltei para um antigo luto que abandonei por tua causa
E esse preto-negro-treva me sufoca, um poço de breu
De repente a barriga congela as borboletas e um pensamento sobe a cabeça:
Não adianta mais
Não acredito, não quero acreditar, não devo crer
Expulso esses pensamentos com calafrios compulsivo-repetitivos
Você gosta de conversas psicológicas e eu prefiro praticar e rabiscar a dor depois
Não nos atrevemos a dizer qualquer tipo de adeus
Não posso ver teus braços abertos e não ocupar um lugar que é meu
Quando dei por mim já tinha virado cinzas
E o que não queimou você fez questão de levar, antes que pudesse catar os pedaços
Eu apenas quero tentar ser mais que um mar revolto em confusão
O desespero tem sido tanto que me agarro no sono como a muito não fazia
Não posso te deixar cometer o mesmo erro que eu
Fantasiei-me muito tempo de tristeza, o tempo comete seus desencontros novamente
Uma troca de papeis que ninguém escolheu
Sigo tuas pegadas com a minha mente, te procuro em cada canto
E sabemos que vale a pena esperar, respirar fundo e aguentar um pouco mais
Eu fico com os papeis e a nossa discografia, para acalmar e me deixar sem fôlego
Quando a bochechas começam a salgar, acendo mais um cigarro
Quem sabe ele me leva pela fumaça ao teu encontro
Sempre poderei te dar nada e muito mais que o imaginado...