quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O mesmo e o outro


Pra que perturbar meus sonhos cada vez mais raros
Pra que justo agora fugitivo, agora que te deixava nas lembranças
Justo por essas datas, mesmas palavras, mesmo querer em vão
A tua mesma presença ausente
O sabor do beija a tona de novo, esse que já tinha resquícios de esquecimento
O mesmo lugar, as paredes de saudade, a vontade de te querer ali
Outras pessoas, novos costumes, uma ressaca maior
E você encravado na mente
Tua lembrança me traz o louco tempo que perdi
As enormes besteiras que fiz
As oportunidades que deixei, perdi
O quanto você me destruiu, me maltratou
A noite passa, as bebidas acabam, o sono chega
O outro também veio, foi percebido, notado
Quem sabe a nova chance, mesmo proibido
Mas querendo, tendo saudades também
Saudades de um tempo mais antigo, mais preso
Chegou, ficou, foi embora e voltou
Mas minha cabeça pesava com as misturas e com as lembranças
Com os medos insanos, falsos
Ele terminou indo deixando um abraço e um talvez
Chegou a chuva e sua tristeza
A fraqueza no corpo, mal estar
Mais saudades, mais lembranças, do outro e do fugitivo
Por que não me deixa fugitivo de Vénus
Por que trazer teu beijo mais uma vez
Estou te escrevendo de novo
Mas você está indo e o outro sendo esse ou não está chegando...

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