segunda-feira, 29 de março de 2010

Pra Você

Mas uma manhã, o sol já está alto no horizonte
Mas uma noite sem dormir, sem descansar
Não consegui me concentrar para agarrar o sono
Fiquei com tua imagem em minha mente
Fiquei chorando magoas adiantadas
Amigos eu já tenho, são bons, são meus, são de verdade
Outro dia num ônibus lotado consegui compreender uma relação de amigos
É um sentimento dos mais verdadeiros que existe
Já uma relação de amor nada mais é do que uma amizade doentia
Lotada de defeitos como o egoísmo de querer aquele alguém só pra si
Quero essa amizade doentia com você
Não me chame de amigo, me chame de amante, companheiro, amado
Hoje lembrei dele por sua causa
Não foi saudade, nem remorso ou qualquer outra lembrança boa que fez falta
Da minha memória surgiram os tormentos, a rejeição, a dor, a alma rasgada
Vieram as loucuras da solidão, o desespero do abandono
As mão atadas, o não poder fazer nada
Uma parte indo embora e levando um todo
Tenho medo do teu jeito quieto–tímido–sonso–sacana
Nada sei dele, os olhos escondem mais que o fundo do mar
A queimadura de cigarro do braço já cicatriza
Só o que não fecha é a ferida da tua falta
O temor de ver o fim antes mesmo do começo
Eu tinha paredes em volta do coração
Cicatrizes feitas pela vida
Pra mim só uma noite não basta
Talvez deva ter te bebido em uma única dose
Não importa, sei que ainda tem algumas gotas
A demolição esta feita
Não me chame de amigo
Não me tema, sei que pareço igual a esses outros
Sim eu sou mesmo porra louca
Mas não tenho escolha, minha mira deve ser ruim
Ou deve ser meu dedo podre pro amor
Sinto um vendaval passar a cada vez que lembro do teu nome
Fico facilmente mal humorado nesses tempos de incertezas
Não afogue minhas esperanças num poço sem fundo
Como te esquecer agora?
Já não posso mais me livrar das recordações da casa dos três números
Não me mortifique mais
Converse comigo, quero tua atenção
Não seja mais um motivo pro cair dos meus cabelos
Não tema estar comigo, arrisque suas fichas agora nesse jogo
Eu já apostei até o que não tinha
Fique despreocupado, eu sou sempre o grande perdedor desse jogo
Escancaro tanto ele no que escrevo, mas na verdade
Ele ainda me é um grande estranho
Não me chame de amigo
Nesse jogo da amizade não tem perdedor
Isso é pra você, não me chame de amigo...

sábado, 27 de março de 2010

Um tormento de vingança

Estava ele em mais uma dessas festas onde se vê todos os conhecidos e se enche a cara de vinho barato, até esquentar todos os poros e visitar o banheiro para ver escorrer da boca o mesmo liquido vermelho ingerido. Não tinha devolvido nada a privada, mas seu corpo já estava aquecido de dentro à fora, e ele atirava em muitos alvos de terceiros iguais a ele para ver se no meio acertava, ele nem era mas exigente tinha decido esse degrau desde a ultima e mais estrondosa ilusão, foi quando do fundo de suas lembranças, aquelas que agente guarda bem escondida pra esquecer que um dia tinha sido realidade, fez surgir em suas narinas um cheiro saboroso e amargurado, ele sabia de quem era, mas tinha fechado os olhos pra não constatar a presença mais desagradável pra uma noite de esquecimentos. Não aguentou e ao abriu os olhos dilatando a pupila na direção exata de onde o cheiro se exalava viu o que tanto temia certificar, era a criatura que há tempos ele tinha enterrado em um buraco cavado pelo próprio com direito a lágrimas das mais salgadas e desesperos dos mais atormentados, a criatura fazia o que sempre era de costume quando esse desgraçado encontro acontecia, estava roubando a atenção dos amigos dele, já que os compartilhavam como muitas coisas outras em penosos e prazerosos meses que tinham ficado juntos em corpo e alma, roubava seu humor e alegria, sua paciência, era o ódio que tinha engolido o que antes era amor dos mais sinceros e devotos. Ele entornava copos de vinho com a velocidade que um narrador ao cuspir palavras em uma partida de futebol, começou a sentir um comichão lhe subindo as pernas, mas não era um comichão qualquer era desses de quem deseja algo, como um sertanejo que suplicando a chuva na caatinga, a sensação foi tomando conta de seu corpo por inteiro e quando chegou aos fios de cabelos ele já ao era mais razão era inteiro tomado de instintos e dos mais sórdidos tinha fome de vingança, de um prazer que nunca teve, agarrou a mão da criatura e o saio arrastando por entre aquela multidão de pessoas conhecidas que os olhavam assustados e incrédulos sem saber se isso mesmo estava acontecendo:
_Pra onde você está me levando?
_Ainda não sei.
_ Me solta, você ta ficando maluco.
_ A culpa foi toda sua... Cala a boca e anda, por que eu não vou te soltar e eu sei que você vai gostar !
_ Por que você não me esquece? Parte pra outra...
_Já te disse pra ficar calado, não adianta me lembrar de esquecimentos não vingados.
_Sabia que não, mas eu to em outra...
_Terceira e ultima vez que te mando calar a porra dessa boca, quem fala aqui sou eu, que alias só quero me divertir. E provar o que ainda não sei o gosto.
Saíram andando em direção a algum lugar que nem um dos dois sabia onde era, ele tremia por dentro e suas mãos suavam frio, já a criatura estava ali por um certo espanto dessa atitude que nunca esperava presenciar, logo ele sempre preso as sua próprias convenções, ao seu extremo romantismo, era estranho velo transformado dessa forma, a criatura teve certeza de que nunca tinha conhecido ele de verdade
Ele percebeu que tinha chegado ao lugar certo quando já não se escutava os sons da festa e das pessoas nela, a luz era mais fraca e por traz de um galpão avistou o local perfeito, escuro, sujo e deserto com ele e a criatura mereciam, foi ai que começou a por em pratica seu desejo.
Ele não sabia ao certo o porquê, mas tinha que fazer aquilo, com a criatura imprensada na parede ele começou uma sequência com os seus melhores e mais excitantes beijos, daqueles que passavam as manhã trocando quando ainda existiam um ao outro. O cheiro da criatura já tinha empreguinado todo o seu pensamento, ele estava em êxtase seu corpo anestesiado.
Quanto tempo ele pensou... Que cara mais louco, imaginou a criatura. Começaram então a despirem-se sem nenhum medo e pudor, eles podiam tudo, era o acerto de contas, nunca tinham chegado aos finalmente nos tempos de namorados-ficantes-amigos-estranhos.
Ele foi o primeiro a ficar sem roupas que foram praticamente rascadas do seu corpo, mas ele por sua vez foi paciente e com muita calma desabotoando botões e abrindo zíperes, não poderia perder nada de vista, tinha que gravar tudo em sua mente detalhe por detalhe. Com os corpos nus em pelo ele se abaixou primeiro e viu, sentiu e provou do que constatou ser exatamente como imaginou tantas vezes em seu prazer solitário em tamanho e espessura, bebeu tudo sem deixar nenhuma gota e guardou o sabor como um pirata que esconde seu mais valioso tesouro.
Foi então a vez da criatura se lambuzar e pelo serviço prestado ele ficou imaginando nos medos de antigamente, por conta deles ele nunca tinha sido tocado, mas agora se contorcia de prazer enquanto proferia palavras de baixo escalão contra a criatura que ao ouvi-las se motivava mais e mais. Antes que chegasse a erupção ele puxou a criatura pra mais um beijo, lhe deu uma bofetada e o deixou da quatro em sua frente, cuspiu em sua mão e começou um vai e vem violento com tapinha nas nádegas, mordidas nas costas e lambidas no pescoço e nas orelhas. Com o aumento veloz do entra e sai cada vez mais forte afinal era sim uma vingança os gemidos também eram maiores dor e prazer era realmente o que satisfazia a criatura, ficaram nessa tortura prazerosa por alguns significantes minutos ate quando o nirvana estava sendo atingido ele retirou seu mastro e puxou a cabeça da criatura que tinha os olhos lacrimejando mas em nenhum momento manifestou querer parar e lambuzou a cara de quem tanto tinha feito estragos profundos e começou a melar mais e a dar leves “chicotadas” naquele rosto cínico, perdido e ainda infantil apesar dos anos passados, foi trocado o ultimo e mais demorado beijo, a criatura sorrio como quem tinha gostado e ele cuspiu mais de uma vez naquele rosto lambuzado, sem pena nem um pingo de compaixão se vestiu sem olhar pra criatura muda deitada por cima das folhas secas caídas da árvore, foi quando escutou de longe um tchau num vulto mais rápido que a luz desfez todos os acontecidos e quando recobrou sua frágil consciência estava naquela festa de pessoas conhecidas, vinho barato e o cheiro lhe cortando a alma, percebeu que virava um copo de vinha atrás do outro e percebeu que tinha ruído todas as suas unhas algumas sangravam...Ele correu ao banheiro pra sujar a privada de vomito e lágrimas...

Conhecê-lo


Conhecer-te pra mim é um desejo
Saber teus gostos
Ter o poder de experimentar teus beijos
Que te amar seja uma resposta honesta
Que não te assuste com minhas esperanças já medrosas
Que me mantenha essas borboletas na barriga, que as sinta também
Vamos ler os textos compartilhados
Nos encontrar
Que faço pra saber de você quem sou?
Te conhecer, te adorar
Pra ver apenas esse lindo sorriso
Pra mergulhar sem medo em teus dengosos olhos
Mel misterioso e cheio de sensibilidade
Medo de perder antes mesmo de telo como quero
Se for recíproco, se estiver entregue
Te procuro tanto que às vezes não te enxergo
Me ache nesses momentos
E fica sempre por perto
Assim minha vida tem mais valor
Eu faço, se for preciso eu faço
Prometo ser bom, apesar de apresentar perigo
As vezes não sou mesmo boa coisa
São os excessos que a mim condenam
Me privo e estou aprendendo
Sou mais esforçado e posso ser bom sim
Bom, sem deixar mesmo estragos
Não suporto mais rachaduras
Eu te faço rir e adoro isso
Te trarei alegria
Ouvi dizerem que te enxergam em mim
Que chegará o dia em que estarei ao seu lado
Eu espero que você possa realmente ver
Não seja mais um cego deslumbrado por prazer
Não pode ser assim
Tenho fé que um dia perceberá
Que esse poder ser um algo destinado
Posso andar cheio de alvos
Mas já fui atingido bem no meio, em cheio
Te conhecer é o meu desejo
Te ter é o que mais anseio
Paz do teu lado, guerra afastado
Que borboletas não me subam a cabeça
Preciso de você pra segura-las na barriga
Pra trazer luz pra uma noite escura
E calor pra um dia de chuva...

sexta-feira, 19 de março de 2010

O inevitável


Me apareceu assim tão surpreendente
E em meio a tantos estranhos
Era o único que conhecia mesmo sem saber nada de você
Pra mim és tão misterioso quanto o mar
Tão profundo como um céu estrelado
Tão apaixonante como a lua
Eu pedi um amor pra ela sabia?
Quando olhei nos teus olhos senti um frio na barriga
Não esqueço seu sorriso de nascer de sol
E penso em você desde então
No caminho de volta pra casa, que tem sido tão longo
No ônibus lotado de pessoas distintas
Cada um com seus problemas, angustias, amores
Te confesso que não sei nada de futebol
Que não durmo direito já faz tempo
Que é nas manhas que pego no sono
Que algumas vezes já fui infiel
Que não sou bom em nenhum tipo de jogo, nem no amor
Nesse saio sempre derrotado e destruído mais um pouco
Também é verdade que não gosto da tristeza que me traz a chuva
Por que no frio é mais fácil chorar?
É verdade também que não me acostumo com horários e nem a usar relógio
Pra mim as coisas são mais difíceis
Eu te faço um convite, mas pra você não dá
Eu espero teu aviso, mas ele não chega
Você diz que me liga então o telefone está em minhas mãos, ansioso pra tocar
Mas ele permanece no mais gasturante silêncio
Fico esperando a flor da pele a tua resposta aos meus recados
Por disse que gostou de mim?
Quero te encontrar, ver-te, olhar-te, abraçar-te, beijar-te e provar-te mais e mais
Agora eu vou te passar a bola
Comece me dizendo querido de verdade o que sou eu pra você?
Conte-me quem você procura quando está triste?
Fale-me de suas manias, das qualidades, dos teus defeitos
Veja que eu me machucaria se você se machucasse
Que eu te daria minha melhor camiseta, mesmo se ela fosse a única
Por que eu gostei muito de você
Se soubesse que meu céu está caído, se importaria?
Que aqui tudo está pior, mais difícil, como seria?
Estou de abrindo meu quebrado coração, estou te passando a bola
Já te falei que gosto dos teus olhos e do teu sorriso?
E que não te tiro da cabeça?
Que gostaria de você mesmo estando triste ou mal humorado?
Que te fiz até uma musica melosa dizendo sobre aquela noite?
Será que você acharia um amor em mim?
Escreveria meu nome numa árvore?
Só te peço que não encha meu coração de mentiras, não me engane, me queira
E entre tantas perguntas a te fazer, a que mais quero saber de verdade
É o que sou eu pra você?
Por que eu te gostei muito meu querido...

Gostei de você!


Pensei duas vezes antes de começar a te riscar
Fico com medo do que minhas palavras podem dizer
Das esperanças que crio, que andam tão em vão
Foi por acaso, sem esperar e espontâneamente especial
Apesar da falta de equilíbrio ofertado pelas doses de vodka barata
Pensei por um instante que o aproveitador sem noção te levaria de mim
Pensei sim por momentos que ele faria, mas uma das suas
Mas o instinto que me levou aquela casa, sem nenhuma pretensão
Que me mostrou esse sorriso hipnótico e teus lindos olhos
Que se mostram mudando a cor e um jeito sábio, quieto, fundo e leve
Teu jeito quase imperceptível pra uns, mas marcante pra outros como eu
Guardei no peito as palavras que saíram da tua boca
Na mente sua imagem doce, sensível e livre com um pássaro raro
Na pele o teu toque e cheiro que ainda sinto como calafrios deliciosos
O teu gosto esta em mim por inteiro, veio esporrado em minha boca
E adentrando no meu interior tomou conta de tudo
Alastrou-se e vai tomando cada vez mais espaço
Esperanças são impossíveis de não serem criadas
Meu pensamento está ocupado com tuas lembranças de desejo e falta
A abstinência já começa a se mostrar, traz seus sintomas
Um ultimo beijo de boa noite, um susto e abraço de despedida no amanhecer
Vontade de te ver e te ter de novo
Obrigado por me devolver a inspiração
A vontade de compartilhar algo honesto e sincero
E a facilidade de criar esperanças temidas, mas inevitáveis
Agora sinto uma saudade louca de quem tem medo de não ter mais
Vai lá pra casa de novo, e me diz de novo o que gostei tanto de ouvir
Me deixa te provar e te sugar novamente
Te olhar, ver você sorrir mesmo que não seja pra mim
Não deixa crescer minha lista de amores-eternos-de-uma-noite-só
Agora penso em você nas noites que já não durmo
Já te emaranhei na minha rede de amigos e conhecidos
Teu numero eu já tenho, mas não consigo ligar, ainda
Vamos dar tempo ao tempo?
Não sei eu e ele não temos um bom acordo
Estou sempre à frente em mente e pensamento que esses meninos
Esses iguais que fazem me perder muitas vezes por caminhos longos e solitários
Que quase me levam a loucura se nela já não estou
Agora que o mundo já esta acordando
Vou dormir e sonhar com você me olhando
E numa possível noite de um esperado reencontro que teremos daqui a pouco...

Poema Mudo


Dor craniana à direita
Pequenas pontadas em peito,
Direito e esquerdo
Aceleramento constante
Desaceleramento em instantes
Tremor de nervos expostos
Calafrios, neuras, paranóias
Medos, insegurança, desespero
Insônia prolongada que vara madrugadas
Saudade do que passou e do que vem
Memória falha e viva em ruínas
Solidão...