quarta-feira, 30 de junho de 2010

Acho que foi uma crise!


Não quero que se cale a voz que tenho nas mãos

Acho que só assim poderia começar mais uma fila de frases

Mais uma seqüência de versos-pensamentos-tormentos-tortos

Seja lá o que costuma gritar minhas mãos com tanta agonia

Mesmo vendo às vezes serem pobres, nada poéticos, ruins mesmo

Fiquei tão descontente, desmotivado, descrente

De que isso possa mesmo de verdade tocar alguém

Esse amontoado mal feito de palavras, esse monte de erros praticados

Fugi de uma pagina em branco por algum tempo

Fugi de mim por algum tempo

Queria fugir um pouco da minha vida

Deixei minha alma largada em alguma madrugada fria e chuvosa

Abandonei diários e lembranças

Me esqueci trancado no quarto mais afastado

Observando pelo buraco feito na parede

Toda minha falta de realidade

Minha forma novela mexicana de encher papel com palavras

Vi também a algema que me prende ao passado

Minha forte insegurança que me critica vorazmente

Minha falta de lirismo, romantismo, realismo, surrealismo, modernismo, simbolismo, parnasianismo, idealismo, estruturalismo, mecanismo, ismo, ismos

Toda essa porra literária jogada em minha cara, que para mim se mistura com banalidades

Mas vejo nas banalidades coisas importantes

O que sei é que tenho vontade de escrever o que me entala a garganta

Desse jeito banal de ser, é esse meu jeito de expressar

Sem que precisem de um dicionário pra me entender

Falo das coisas que vejo, necessito, sinto, omito, são vômitos meus

Sendo poético ou não, eu prossigo

Minhas mãos não se calam

Eu preciso...