quinta-feira, 24 de março de 2011

Lenta Armadilha, Reprimida e Afirmada


Te encontrei numa viajem primitiva

Num primeiro duplo sentido, uma ponte por cima das tuas carnes

Você finge como eu, disfarça os interesses, para que as coisas não sejam o que parecem

Um modo de aliviar toda a tensão que percorre as veias, o sangue se concentrar

Príncipes de um sabor docemente azedo, embriagando vontades recolhidas

Encorajando-me atos normais banidos por mim

Chuva incentivando repartir o frio na busca de calor

Protegi das águas teus cachos alisados

Deixei teus orifícios de lado e penetrei fundo nesses teus olhos claros

Segurei teu corpo contra o meu, frágil esqueleto acalentado

Imã astrológico de terras mal tratadas, virgens de um encontro

Mesmo mês a retrucar nossos silêncios só a nós compreendidos

Risadas de espíritos palhaços

Temperatura, encaixe, sabor

Mãos dadas nos prendendo os lábios famintos

Sede incurável, doença chamada desejo prematuro, findo

Minhas mãos percorrendo tua cintura, sua pele em choque com a minha

Vamos liberar os prêmios da noite casual

Amasse minha fragilidade, plante essa dominação escondida

Arranque arrepios da minha espinha enquanto percorro tua nuca com minha respiração

Não podemos nós questionar, não estranhamos nada

Acerto no alvo, isso é o físico encarnando, me fazendo pagar a língua grande

Vamos para uma maliciosa festa particular?

Vontade de te fazer habitar meu quarto sem dono

Te encaixar em meio aos passados guardados entre os lençóis

Deliciar-me com teu aparelho asqueroso, sexo das maiorias, a procriação

Unificar um ato pelos fatos adquiridos no caminho até em casa

Regenerar um caso perdido

Encaminhar novos quesitos, gostos inativos

Conhecer o que não me permito

Aprisiono esse meu desejo todo teu, nessas linhas encharcadas de libido

Abandono essa fantasia, me proíbo de inchar nervos com pensamentos teus

Essa ilusão vai permanecer no escuro, não alimentarei essa inclinação para o oposto...

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