Por mais que pense em como poderia dar certo, o fato é que o encanto não resistiria Acabaria por não aturar impulsos de primeiras décadas, julgamento disfarçado
Não poderia viver encharcado de vinho para poder te desejar como merece
Nem sempre estaria destilado e com a porta dos fundos aberta Quem sabe um pouco mais tarde, quando o disse me disse não importar tanto
Quando as coisas forem mais relevantes, desprovidas de psicologias discutíveis É estranho me incomodar com tua dor-de-cotovelo
Egoísmo meu! Temos coisas a resolver?
Admiro o prazer de te ter nos meus bolsos, ao estalar dos dedos Sem enganos futuros paro corroer o tempo e torná-lo ácido
É esse meu caso torrencial com a solidão, com esses clichês românticos Uma idealização fanática de um amor-paixão, desconcertante e perigoso
Entranhas trêmulas, terremoto de nervos, borboletas pactuadas São sonhos inquietos, pesadelos confortantes
Meu ego te agradece, mas acho que meu amor não te enxerga Não abro mão do medo, do reio, de pragas que invento compulsivo, a cada instante
E se não der certo? E se te fizer sofrer mais uma vez?
Se for perca de tempo? Se for apenas vazio?
Não? Se?
Saio repetindo mentalmente lamurias retorcidas Arranhando, demolindo o que não existe
Falta algoFalta-me nessa historia
Não me encontro nos pensamentos compartilhados São ataduras para a dor
Remédio para a insônia Não tenho como me responsabilizar
Raciocino demais esse possível engatamento, corro dele Sim corro dele também, corro, corro dele sim
Ele que não existe, que quase já sou eu Inventei meu Frankenstein interplanetário
Sou o ele seu Repetição macabra de desilusões
Inspirações para mais versos ruins, tentativas visionarias Não me permito ir embora dessa paranóia da rejeição
Não me permito caminhar em outras estradas, novos caminhos são escassos Não faço nada, nem sou de nada, fui embora e bati a porta, me tranquei
Evidencio rancores e invento renascimentos pecaminosos Alimento fatalmente tentativas irreais
Espero um ideal guardado nos silêncios da lua cheia...
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