quinta-feira, 31 de março de 2011

Uma mentira evitada, ou quase!


Por mais que pense em como poderia dar certo, o fato é que o encanto não resistiria
Acabaria por não aturar impulsos de primeiras décadas, julgamento disfarçado
Não poderia viver encharcado de vinho para poder te desejar como merece
Nem sempre estaria destilado e com a porta dos fundos aberta
Quem sabe um pouco mais tarde, quando o disse me disse não importar tanto
Quando as coisas forem mais relevantes, desprovidas de psicologias discutíveis
É estranho me incomodar com tua dor-de-cotovelo
Egoísmo meu!
Temos coisas a resolver?
Admiro o prazer de te ter nos meus bolsos, ao estalar dos dedos
Sem enganos futuros paro corroer o tempo e torná-lo ácido
É esse meu caso torrencial com a solidão, com esses clichês românticos
Uma idealização fanática de um amor-paixão, desconcertante e perigoso
Entranhas trêmulas, terremoto de nervos, borboletas pactuadas
São sonhos inquietos, pesadelos confortantes
Meu ego te agradece, mas acho que meu amor não te enxerga
Não abro mão do medo, do reio, de pragas que invento compulsivo, a cada instante
E se não der certo?
E se te fizer sofrer mais uma vez?
Se for perca de tempo?
Se for apenas vazio?
Não?
Se?
Saio repetindo mentalmente lamurias retorcidas
Arranhando, demolindo o que não existe
Falta algo
Falta-me nessa historia
Não me encontro nos pensamentos compartilhados
São ataduras para a dor
Remédio para a insônia
Não tenho como me responsabilizar
Raciocino demais esse possível engatamento, corro dele
Sim corro dele também, corro, corro dele sim
Ele que não existe, que quase já sou eu
Inventei meu Frankenstein interplanetário
Sou o ele seu
Repetição macabra de desilusões
Inspirações para mais versos ruins, tentativas visionarias
Não me permito ir embora dessa paranóia da rejeição
Não me permito caminhar em outras estradas, novos caminhos são escassos
Não faço nada, nem sou de nada, fui embora e bati a porta, me tranquei
Evidencio rancores e invento renascimentos pecaminosos
Alimento fatalmente tentativas irreais
Espero um ideal guardado nos silêncios da lua cheia...

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