Respinga na mão o alivio viscoso da imaginação
Atos proibidos com status de ocupado, aperto da consciência esmagada pelo instinto
Maldição cravada na minha carne vagabunda
Sopro efêmero que me conduz por entre os reprimidos
Formula errada, culpa acumulada nos sussurros não atendidos
Números descartados
Enxergar sem ver, desconhecer
Te atingir com a moeda que trocamos
Figurinhas compulsivas
Te afogo um dia nessas lembranças e retomo assim, meu fôlego de inocência roubada
Não sei se é pior desconfiar dos outros ou de mim mesmo
Ainda vou conseguir controlar esses malditos impulsos baratos
Parar de me servir por nada ao perigo, me livrar do gosto ruim que gruda na boca
Gosto que impregna nos atos, esmaga a consciência
Manchas encardindo a alma retalhada
Estou corrompido pela armadilha vulgar do momento, é a rejeição mentalizada
Todos como eu, hipocrisia disfarçada nas necessidades inevitáveis
Não posso viver com esse verme roendo, deixando tudo oco
Quero de volta a ilusão do sonho, a idealização das minhas fabulas
Não adianta, está além de mim
Como domesticar um vicioso?
Logo eu, tão sem controle, fora dos limites, incorrigível
Afundo cada vez mais em minhas proibições pecaminosas
Adoeço com tormentos que faço germinar a todo instante
O medo se concretiza, vem o luto, a quarentena e depois uma possível cura
Crio então uma ávida resistência de mim mesmo, me autoflagelo
Persisto, insisto, mas não mudo
Repriso o inevitável, recomeço um ciclo novo
Recaída, lama chafurdada novamente
Inclinação praguejada, ânsia
Guerra: Perdida...
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