sábado, 19 de março de 2011

Voltas circulares (Sina)


Respinga na mão o alivio viscoso da imaginação

Atos proibidos com status de ocupado, aperto da consciência esmagada pelo instinto

Maldição cravada na minha carne vagabunda

Sopro efêmero que me conduz por entre os reprimidos

Formula errada, culpa acumulada nos sussurros não atendidos

Números descartados

Enxergar sem ver, desconhecer

Te atingir com a moeda que trocamos

Figurinhas compulsivas

Te afogo um dia nessas lembranças e retomo assim, meu fôlego de inocência roubada

Não sei se é pior desconfiar dos outros ou de mim mesmo

Ainda vou conseguir controlar esses malditos impulsos baratos

Parar de me servir por nada ao perigo, me livrar do gosto ruim que gruda na boca

Gosto que impregna nos atos, esmaga a consciência

Manchas encardindo a alma retalhada

Estou corrompido pela armadilha vulgar do momento, é a rejeição mentalizada

Todos como eu, hipocrisia disfarçada nas necessidades inevitáveis

Não posso viver com esse verme roendo, deixando tudo oco

Quero de volta a ilusão do sonho, a idealização das minhas fabulas

Não adianta, está além de mim

Como domesticar um vicioso?

Logo eu, tão sem controle, fora dos limites, incorrigível

Afundo cada vez mais em minhas proibições pecaminosas

Adoeço com tormentos que faço germinar a todo instante

O medo se concretiza, vem o luto, a quarentena e depois uma possível cura

Crio então uma ávida resistência de mim mesmo, me autoflagelo

Persisto, insisto, mas não mudo

Repriso o inevitável, recomeço um ciclo novo

Recaída, lama chafurdada novamente

Inclinação praguejada, ânsia

Guerra: Perdida...

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