quinta-feira, 22 de abril de 2010

Sabe?


Não sei se te ligo, ou se te mando uma mensagem
Um sinal de fogo no meio da escuridão
Qualquer coisa que te chame a atenção
Que mostre minha preocupação
Com nós dois, com nós mesmos
Totalmente com você
Me preocupo com teu pensamento
Não deixe ser precipitado
Não sei te dizer como se sentir
Mas sei te dizer como estou
Me preocupo se pode ter havido ressentimento
Estou no pensamento com você
Espero, é só o que posso fazer
Tenho o telefone preso as mãos
Mas não escuto seu toque
Na minha mão ele não vibra
Quero ver como está você
Não deixe de querer recomeçar
Estou do seu lado
Será que sou eu?
Com esse meu jeito torto de não me expressar direito
Vem ver a verdade dos meus olhos
Não sou como esses outros
Pensar, lembrar, desejar, saudade
Impaciente com o silencio predominante
Não quero competir com nada
Não pense que são cobranças
São preocupações, temores
Quero estar com você
Quero te entregar meu apoio
Precise de mim, estou disposto a você...

Quando?


Quando não se está onde parece
Quando se preocupa
Quando se tem duvida
Quando pesam as atitudes
Quando se sente saudade
Quando os ouvidos não escutam
Quando os olhos só pedem tua face
Quando o tato deseja tua anatomia
Quando o nariz procura teu cheiro
Quando o peito espreme, palpita
Quando a barriga cria calafrios
Quando a boca seca quer teu sabor
É vontade de ver
É vontade de você...

Só-lidario

Um tormento no pensar
Um querer estar em outro lugar
Te apoiar, consolar, confortar
Saudades, mas a ausência é justa
Força, força, força
Durmo com o pensar em você
Acordo pensando em você
Passo o dia querendo te ver
Abraçar, acalentar, acalmar
Força, força, força...

Gente


Bicho absurdamente asqueroso

Vaidoso com o disfarce de suas imperfeições

Iludido com a podre maça da luxuria

Usando seus iguais como guardanapos que só servem pra limpar toda a sujeira

Ambição faminta de tudo e de todos

Afundados na cegueira do egoísmo

Amedrontados com a placa sinalizadora da solidão

Aterrorizados com o reflexo exposto de não se conhecer

Racionalidade ignorante, ignorada

Comem uns aos outros sem deixar os resto

Piedade invisível, bondade apenas consigo mesmo

A satisfação que nunca é satisfeita

Competição suja de um humanismo egocêntrico...

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Dia de Chuva


Os sonhos só às vezes parecem reais
Mas são os pesadelos que vem com mais realidade
E são sempre neles as vezes que não conseguimos acordar
O silencio agora reina entre mim e o suposto pesadelo
Sabe que pensei que seria pior
Que sentiria mais falta
Mesmo estando definido como ocupado, sei que está lá
Quem sabe falando com teu sentimento
Agora vejo se mostrar disponível
Mas o que tenho mais uma vez é o silencio
E as frases apaixonadas que não são minhas
Acho-me tão infantil em dias como esse
Dias de chuva que odeio tanto
Ela me lava de tristezas
Reforça os silêncios, os quais poderia até tocá-los
Sinto cada gota repleta de solidão
Sinto o cheiro do abandono brotando do asfalto
Me amargura ter a ilusão do amor
Dá medo pensar que preciso dela pra viver
Vejo aproveitadores namorando
Pessoas mesquinhas com romances seguros e duradouros
Gente usando, se deixando usar
Viver de aproveitar momentos
Percorrer noites buscando um colo pra repousar a cabeça no fim
Mas não encontrar
Quem sabe com alguma sorte uma boa transa
E depois a chuva com gotas sujas corroendo a carne, a mente, o peito, coração
Sigo me arriscando a cada abismo amoroso que me jogo
Tento voar, mas acabo sempre caindo
Jogo doloroso que sempre perco
Não sei amar?
Não sei ser amado?
Eu sei que chove lá fora
Eu sei que me chove por dentro...

O C da lista!


Ah se mandássemos mesmo nos sentimentos
Agora não estaria assim
Com essa vontade louca de me rasgar por inteiro
Tua forma apenas de ser educado já me torturava
Minha tendência a ser sozinho
Trocaria a poesia para viver um grande amor?
Por que poeta sofre?
Eu sou poeta?
Eu sofro agora
Congelado e com olhos vidrados na tela
Não podia ser verdade, mas era
Amizade eu não sei
Me diz: Eu te adoro!
Queria muito escutar isso
Mas desse jeito não
Dormir bem?
Isso de certeza não
Mesmo se dormir o pesadelo vai ser certo
Depois de lavar a cara com gotas de água salgada
Do desespero trancados
Dos sussurros estranhos da ilusão
Raiva de você ainda não
Olhei por bons minutos um ponto fixo
Como na esperança de trazer a tona lembranças
De materializá-las em minha frente e revive-las
Tomei um banho demorado
Tentei lavar de mim a solidão com água e sabão
Mas não consegui
Por vezes ainda sentia escorrer água salgada
Pra me afugentar ou mais certo que pra te lembrar
Provei de mim meu liquido
E me transportei pro escritório
Lembrei da sala e do colchão de ar
Das palavras, dos toques, os beijos
Acho que não mais um de boa noite
O que eu sou pra você?
O que eu fui pra você?
O que serei pra você?
As borboletas se revoltaram
Elas me roem por dentro
Acabou antes de começar
Acha isso dramático demais?
É que como você disse não mandamos nos sentimentos
Você foi o único a me tocar desse jeito
Fazia muito tempo
Sou um sonhador e você roubou meus sonhos
Mas vá siga em frente, e se der lembre de mim
Te admirei dormindo mais de uma vez
Vou seguir com esse oco no peito
Quando quiser uma amizade doentia, lembre de mim
Quem sabe não é o tempo mais uma vez
Uma boa noite!
Vou acordar de olhos inchados...

Sem perguntas e nem respostas


Mastigaram minhas esperanças, engoliram e vomitaram
Como quem se embebeda da pior cachaça do bar
Que depois sente o estômago revirar
Que regurgita cada golada ingerida
Posar bem para uma foto pode ser um disfarce perfeito
Pra quem promoveu uma bocada segura em um lugar discreto
Mas cuidado com as pessoas acostumadas a se disfarçar
Elas conhecem tudo, mesmo as coisa mais camuflados
Sentem o cheiro do dito deslize muito de longe
Amigo, repito que não preciso
Não falar comigo pode sim ser um jeito
Um jeito de me prender mais
Sinto a impressão as vezes de que adoro um sofrimento
Deve ser o costume
Preciso parar de ter presa
De esperar, de criar as malditas esperanças
De manter teus olhos e sorriso em meus pensamentos
De te lembrar, desejar, de planejar
Entre um e outro um dia acerto
Entre um e outro um dia volto pro certo
Deixo de lado o desespero de quem não tem sono
De quem não contem as letras a escrever
De quem só tem o silencio
O espantamento, as falsas esperanças
Agora vou dormir
Sem escovar dentes
Sem tomar banho
Sem alegrias
Sem amor...