sábado, 27 de março de 2010

Conhecê-lo


Conhecer-te pra mim é um desejo
Saber teus gostos
Ter o poder de experimentar teus beijos
Que te amar seja uma resposta honesta
Que não te assuste com minhas esperanças já medrosas
Que me mantenha essas borboletas na barriga, que as sinta também
Vamos ler os textos compartilhados
Nos encontrar
Que faço pra saber de você quem sou?
Te conhecer, te adorar
Pra ver apenas esse lindo sorriso
Pra mergulhar sem medo em teus dengosos olhos
Mel misterioso e cheio de sensibilidade
Medo de perder antes mesmo de telo como quero
Se for recíproco, se estiver entregue
Te procuro tanto que às vezes não te enxergo
Me ache nesses momentos
E fica sempre por perto
Assim minha vida tem mais valor
Eu faço, se for preciso eu faço
Prometo ser bom, apesar de apresentar perigo
As vezes não sou mesmo boa coisa
São os excessos que a mim condenam
Me privo e estou aprendendo
Sou mais esforçado e posso ser bom sim
Bom, sem deixar mesmo estragos
Não suporto mais rachaduras
Eu te faço rir e adoro isso
Te trarei alegria
Ouvi dizerem que te enxergam em mim
Que chegará o dia em que estarei ao seu lado
Eu espero que você possa realmente ver
Não seja mais um cego deslumbrado por prazer
Não pode ser assim
Tenho fé que um dia perceberá
Que esse poder ser um algo destinado
Posso andar cheio de alvos
Mas já fui atingido bem no meio, em cheio
Te conhecer é o meu desejo
Te ter é o que mais anseio
Paz do teu lado, guerra afastado
Que borboletas não me subam a cabeça
Preciso de você pra segura-las na barriga
Pra trazer luz pra uma noite escura
E calor pra um dia de chuva...

sexta-feira, 19 de março de 2010

O inevitável


Me apareceu assim tão surpreendente
E em meio a tantos estranhos
Era o único que conhecia mesmo sem saber nada de você
Pra mim és tão misterioso quanto o mar
Tão profundo como um céu estrelado
Tão apaixonante como a lua
Eu pedi um amor pra ela sabia?
Quando olhei nos teus olhos senti um frio na barriga
Não esqueço seu sorriso de nascer de sol
E penso em você desde então
No caminho de volta pra casa, que tem sido tão longo
No ônibus lotado de pessoas distintas
Cada um com seus problemas, angustias, amores
Te confesso que não sei nada de futebol
Que não durmo direito já faz tempo
Que é nas manhas que pego no sono
Que algumas vezes já fui infiel
Que não sou bom em nenhum tipo de jogo, nem no amor
Nesse saio sempre derrotado e destruído mais um pouco
Também é verdade que não gosto da tristeza que me traz a chuva
Por que no frio é mais fácil chorar?
É verdade também que não me acostumo com horários e nem a usar relógio
Pra mim as coisas são mais difíceis
Eu te faço um convite, mas pra você não dá
Eu espero teu aviso, mas ele não chega
Você diz que me liga então o telefone está em minhas mãos, ansioso pra tocar
Mas ele permanece no mais gasturante silêncio
Fico esperando a flor da pele a tua resposta aos meus recados
Por disse que gostou de mim?
Quero te encontrar, ver-te, olhar-te, abraçar-te, beijar-te e provar-te mais e mais
Agora eu vou te passar a bola
Comece me dizendo querido de verdade o que sou eu pra você?
Conte-me quem você procura quando está triste?
Fale-me de suas manias, das qualidades, dos teus defeitos
Veja que eu me machucaria se você se machucasse
Que eu te daria minha melhor camiseta, mesmo se ela fosse a única
Por que eu gostei muito de você
Se soubesse que meu céu está caído, se importaria?
Que aqui tudo está pior, mais difícil, como seria?
Estou de abrindo meu quebrado coração, estou te passando a bola
Já te falei que gosto dos teus olhos e do teu sorriso?
E que não te tiro da cabeça?
Que gostaria de você mesmo estando triste ou mal humorado?
Que te fiz até uma musica melosa dizendo sobre aquela noite?
Será que você acharia um amor em mim?
Escreveria meu nome numa árvore?
Só te peço que não encha meu coração de mentiras, não me engane, me queira
E entre tantas perguntas a te fazer, a que mais quero saber de verdade
É o que sou eu pra você?
Por que eu te gostei muito meu querido...

Gostei de você!


Pensei duas vezes antes de começar a te riscar
Fico com medo do que minhas palavras podem dizer
Das esperanças que crio, que andam tão em vão
Foi por acaso, sem esperar e espontâneamente especial
Apesar da falta de equilíbrio ofertado pelas doses de vodka barata
Pensei por um instante que o aproveitador sem noção te levaria de mim
Pensei sim por momentos que ele faria, mas uma das suas
Mas o instinto que me levou aquela casa, sem nenhuma pretensão
Que me mostrou esse sorriso hipnótico e teus lindos olhos
Que se mostram mudando a cor e um jeito sábio, quieto, fundo e leve
Teu jeito quase imperceptível pra uns, mas marcante pra outros como eu
Guardei no peito as palavras que saíram da tua boca
Na mente sua imagem doce, sensível e livre com um pássaro raro
Na pele o teu toque e cheiro que ainda sinto como calafrios deliciosos
O teu gosto esta em mim por inteiro, veio esporrado em minha boca
E adentrando no meu interior tomou conta de tudo
Alastrou-se e vai tomando cada vez mais espaço
Esperanças são impossíveis de não serem criadas
Meu pensamento está ocupado com tuas lembranças de desejo e falta
A abstinência já começa a se mostrar, traz seus sintomas
Um ultimo beijo de boa noite, um susto e abraço de despedida no amanhecer
Vontade de te ver e te ter de novo
Obrigado por me devolver a inspiração
A vontade de compartilhar algo honesto e sincero
E a facilidade de criar esperanças temidas, mas inevitáveis
Agora sinto uma saudade louca de quem tem medo de não ter mais
Vai lá pra casa de novo, e me diz de novo o que gostei tanto de ouvir
Me deixa te provar e te sugar novamente
Te olhar, ver você sorrir mesmo que não seja pra mim
Não deixa crescer minha lista de amores-eternos-de-uma-noite-só
Agora penso em você nas noites que já não durmo
Já te emaranhei na minha rede de amigos e conhecidos
Teu numero eu já tenho, mas não consigo ligar, ainda
Vamos dar tempo ao tempo?
Não sei eu e ele não temos um bom acordo
Estou sempre à frente em mente e pensamento que esses meninos
Esses iguais que fazem me perder muitas vezes por caminhos longos e solitários
Que quase me levam a loucura se nela já não estou
Agora que o mundo já esta acordando
Vou dormir e sonhar com você me olhando
E numa possível noite de um esperado reencontro que teremos daqui a pouco...

Poema Mudo


Dor craniana à direita
Pequenas pontadas em peito,
Direito e esquerdo
Aceleramento constante
Desaceleramento em instantes
Tremor de nervos expostos
Calafrios, neuras, paranóias
Medos, insegurança, desespero
Insônia prolongada que vara madrugadas
Saudade do que passou e do que vem
Memória falha e viva em ruínas
Solidão...

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Quero, quer ser teu, meu novo?!


Há muito tempo não fico assim
Há muito tempo essa inquietude desesperada não me toma
Há muito tempo essa agonia satisfatória não me cerca
Fiquei aos nervos pelo simples fato de não ter tido uma conversa digna
De não ter jogado palavras a você
Meios tentados, mas nada e nenhum resultado
Frases soltas de alguns instantes
Nada de encontro marcado
Tua ida em vão ao meu ambiente já sem função
Se lá estivesse, se não fosse tão insatisfeito com a sede
Lá eu te veria, confirmaria
Lá eu já não vou tanto
Por que não me responde?
Por que tanta subjetividade?
Pra que camuflar tanto e deixar tudo interrogado de dúvidas?
Tenho me sentido tão estranho
Sou tão só, perdido, insano
Eu queria pelo menos um contato
Constatar com tua presença os fatos
Apreciar teus atos, vislumbrar teus gestos
E o melhor de tudo sentir teu abraço
Essa revolução silenciosa não é de hoje
Esse carinho, o teu prestígio já tem tempo
Mas sinto isso tão novo, vindo
E foi você que me certificou
Com tua filosofia de vida, os conselhos
Confesso ter medo, achar inseguro
Você tira e coloca esperanças
Que seja novo
Que me venha o novo
Que eu seja teu desejo de novo
Que os novos se juntem...

Inconsciência realista de um Pierrot


Eu continuo mergulhado em minha fossa
Continuo esparramado na luxuria praguejada
Continuo com esse meu jeito empírico sem trégua
O tempo não me reserva surpresas renovadas
Ele faz surgir de profundezas desagradáveis, você fugitivo
Essa perseguição de coincidência que nos deixa verso e lado
Tão longe de casa e me chega assim trazido por ventos de serpentina
Minha alegria que já não estava tão no clima, fugiu atrás de outro folião
Eu era agora inteiro ódio, rancor, raiva, asco e desejo
Fui te aturando pelo bloco adentro entre cervejas que entornava,
De farinhas de trigo que me lambuzavam e o sol que envermelhava minha pele
Nesse tempo o que sentia apenas se expandia e se intensificava
Minha cara de foda-se durou o tempo todo, alternando-se pelos disfarces
Eu vesti a fantasia do “está tudo bem” e do “eu não me importo com você”
Fiquei me perguntando como você fez tanto estrago
És feio, apático, pálido, manhoso, uma víbora pronta pro bote
Com ele, eu poderia ter ficado antes, ser mais um em seu jogo de acúmulos
Mas não, deixei mesmo pra você por gostar tanto disso, pelo teu fogo de puta ruim
Quase cai na tentação, mas não sou de me vangloriar, de fazer guerras inúteis
Resisti a não sucumbir mais uma vez, quem sabe me fazer de coitado em tua frente
Mas foi tu que provocaste saudades do amado e peso na consciência dele
Se o beijaria?
Quem sabe, não sei se pra satisfazer e alavancar meu ego
Ou num desespero insano travar uma busca por teu gosto em outra boca
Sim! Por que isso você faz bem e é do que mais sou saudoso
Depois de tanto cansaço, coisas que não precisavam ser vistas
De pele ardendo, do banho tomado e alguns cigarros fumados em duo
Pra não te ver possuindo e provando a ele, me vou
Sigo com meu mau humor afinado e censurado
Sigo pensando mais uma vez, como faço sempre
As vezes algumas palavras recortadas, vontade de pegar o caderno
De sair rabiscando a raiva com furia pelas linhas, mas o corpo pede um sono
Dormir com pesares na consciência e sofrer no peito
Ódio de você
Ódio do lugar festivo
Ódio das pessoas vazias
Ódio do traidor sagaz
Ódio de mim mesmo
Ódio maior ainda da minha solidão...

Sempre ter de lhe vê!

Mas sem querer lhe vê...Com a mesma afeição cansada, com ar um tanto preocupado, e os olhos sempre envergonhados.

Sempre ter de lhe vê!

Mas sem querer lhe vê... Com o mesmo jeito desgastado, e a mente um tanto fechada a, se pergunta se um dia será mesmo amado.

Sempre ter de lhe vê!

Mas sem querer lhe vê... Com aquela mesma preocupação, em querer não aceitar as coisas como são, querendo que a culpa realmente não fosse sua, mas talvez do teu próximo.

Sempre ter de lhe vê!

Mas sem querer lhe vê... Com aquelas olheiras expostas, parecendo um velho precoce, achando que é isso esta amando!

E tentando por na cabeça que o amor nunca é recíproco...

Talvez cada vez mais caindo, num ato ilusório, de não sentir dor...

Cada um tem suas formas de fugirem de suas dores, dos seus medos...

Sempre ter de lhe vê!

Mais sem querer lhe vê... Achando que foi iludido ou usado, por um garotinho, que ainda se preocupa com balas, e pirulitos, mais não se preocupa em pagar contas de taxi. E que você se deixou levar.

Sem querer dizer que a culpa foi sua, não permita amar sem ser amado! E se, em um relacionamento nunca for amado não ame! Não sofra! Não se entregue! Não se iluda...

Sempre ter de lhe vê!

Mais sem querer lhe vê... Em uma luta incansável de ser amado, sem perceber que já é amado, talvez não da forma tórrida, mas são amores sinceros. Ou talvez até mesmo quente?...

Sempre ter de lhe vê!

Sem querer lhe vê... Nessa mesma lamúria de sempre, ha falar de amor, de dor, de solidão, de carências, de sofrimento, de merda... Sempre a mesma dor... Não quero lhe vê...

Sâmara Gardênia...