sexta-feira, 8 de abril de 2011

Um bem que faz tanto mau


Você me entala na garganta, alimenta meus tumores
Conviver é cada vez mais complicado
Estou ficando sem ar, roxo, intoxicado de maus tratos
Não dou conta de rompantes histéricos
Ironias descabidas, cobranças inexistentes
Chega de cultivar essa relação que não existe
Vai e vem de insultos, dedos nas feridas inflamadas, hemorragias
Vitimização alardeada, rebatida
Insistência de uma minimização ofertada por quem?
Ar de superioridade, reflexos insuportáveis
Amizade confundida com um passado inocente de descobertas
O que faço mesmo é ruminar tuas ofensas, me acostumo
Sigo abstraindo teus pré-julgamentos e mal entendidos
Pois faço o dito por teu merecimento
Saio ofertando cortadas desmemoriadas
Esbravejo descontrole em público, só eu?
Eu, retalhado de palavras duras
Saturado de reclamações repisadas, moídas ao mais fino pó
Isso tudo a corroer um não sei o que de sentimento
Não te levo, nem a sério nos impulsos, nem nos ódios, sabe se ser?
Não abandono nada antes do extremo incomodo do fim
Espero ser abandonado, solto mais uma vez
Desorientado cato todos os pedaços, faço curativos
A dor vai sendo estancada aos meus modos, meus silêncios
Posso até ser deixado, sei que sou, mais nunca vou embora
Estou sufocado por tua fome de atenção
Concerta esse distúrbio de visão, encara o real
Sem fantasias e verdades tuas, criadas e vividas irritadamente
Disco arranhado repetindo desaforos
Sombras disformes nesse espelho turvo
Faces inumeráveis, bipolaridade
Historia escorrendo pelo ralo?
Não, ainda não, quem sabe nunca
Gosto disso tudo
Da água fervendo os nervos
Compulsão de velhas mexiriqueiras
Ranger de dentes
O conhecimento dos meus erros de ortografia
Minha falta de poeticidade, companheirismo, ciúme
Sussurros de najas mortais
Belas gargalhadas e bandeira branca...

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