domingo, 13 de março de 2011

Primeiro de Março


Difícil não me repetir, repetindo mais uma vez tua insistente permanência

Primaveras se cumprindo, faz tanto tempo

Teu vulto me rouba a atenção, tua sombra faria um brinde comigo?

Poderia te comprar com um maço de Malborro, sempre tenho na bolsa

Somos tão baratos, valemos menos que um Bom Dia

Fiquei com teu defeito de não misturar sexo com emoção

O desconcerto tomou seu lugar

Minha dor preferida, gosto do jeito que ainda queima

Como é que eu vou embora dos teus retratos escondidos?

Do diário construído em vão

Da persistência de te ressuscitar nas minhas fantasias

Alegorias de um carnaval sem cores

Festa sem balões, bolo, doces

Saio recortando frases pra te compor na minha idealização

Repito passos nos lugares abandonados por nós

Repito, insisto, minto pra mim, milhões de vezes

Perco todas as apostas de te abandonar por dentro

Lavar da cabeça tuas lembranças, deixar escorrer os detalhes

Por que me pego pecando contra o mundo,

Quando arranho as costas de alguém e espero que você sinta

Te jogo maldições sem querer, puro instinto

Toda essa coisa foi ficando tão pesada

Masoquismo meu, gosto como dói

Minha abstinência não passa

Quem sabe isso me deixa satisfeito

Sei que eu nem existo mais, estou queimando sem razão

Apague essas memórias com teu sopro de mentiras,

Como as velas desse teu dia...

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