sábado, 27 de março de 2010

Um tormento de vingança

Estava ele em mais uma dessas festas onde se vê todos os conhecidos e se enche a cara de vinho barato, até esquentar todos os poros e visitar o banheiro para ver escorrer da boca o mesmo liquido vermelho ingerido. Não tinha devolvido nada a privada, mas seu corpo já estava aquecido de dentro à fora, e ele atirava em muitos alvos de terceiros iguais a ele para ver se no meio acertava, ele nem era mas exigente tinha decido esse degrau desde a ultima e mais estrondosa ilusão, foi quando do fundo de suas lembranças, aquelas que agente guarda bem escondida pra esquecer que um dia tinha sido realidade, fez surgir em suas narinas um cheiro saboroso e amargurado, ele sabia de quem era, mas tinha fechado os olhos pra não constatar a presença mais desagradável pra uma noite de esquecimentos. Não aguentou e ao abriu os olhos dilatando a pupila na direção exata de onde o cheiro se exalava viu o que tanto temia certificar, era a criatura que há tempos ele tinha enterrado em um buraco cavado pelo próprio com direito a lágrimas das mais salgadas e desesperos dos mais atormentados, a criatura fazia o que sempre era de costume quando esse desgraçado encontro acontecia, estava roubando a atenção dos amigos dele, já que os compartilhavam como muitas coisas outras em penosos e prazerosos meses que tinham ficado juntos em corpo e alma, roubava seu humor e alegria, sua paciência, era o ódio que tinha engolido o que antes era amor dos mais sinceros e devotos. Ele entornava copos de vinho com a velocidade que um narrador ao cuspir palavras em uma partida de futebol, começou a sentir um comichão lhe subindo as pernas, mas não era um comichão qualquer era desses de quem deseja algo, como um sertanejo que suplicando a chuva na caatinga, a sensação foi tomando conta de seu corpo por inteiro e quando chegou aos fios de cabelos ele já ao era mais razão era inteiro tomado de instintos e dos mais sórdidos tinha fome de vingança, de um prazer que nunca teve, agarrou a mão da criatura e o saio arrastando por entre aquela multidão de pessoas conhecidas que os olhavam assustados e incrédulos sem saber se isso mesmo estava acontecendo:
_Pra onde você está me levando?
_Ainda não sei.
_ Me solta, você ta ficando maluco.
_ A culpa foi toda sua... Cala a boca e anda, por que eu não vou te soltar e eu sei que você vai gostar !
_ Por que você não me esquece? Parte pra outra...
_Já te disse pra ficar calado, não adianta me lembrar de esquecimentos não vingados.
_Sabia que não, mas eu to em outra...
_Terceira e ultima vez que te mando calar a porra dessa boca, quem fala aqui sou eu, que alias só quero me divertir. E provar o que ainda não sei o gosto.
Saíram andando em direção a algum lugar que nem um dos dois sabia onde era, ele tremia por dentro e suas mãos suavam frio, já a criatura estava ali por um certo espanto dessa atitude que nunca esperava presenciar, logo ele sempre preso as sua próprias convenções, ao seu extremo romantismo, era estranho velo transformado dessa forma, a criatura teve certeza de que nunca tinha conhecido ele de verdade
Ele percebeu que tinha chegado ao lugar certo quando já não se escutava os sons da festa e das pessoas nela, a luz era mais fraca e por traz de um galpão avistou o local perfeito, escuro, sujo e deserto com ele e a criatura mereciam, foi ai que começou a por em pratica seu desejo.
Ele não sabia ao certo o porquê, mas tinha que fazer aquilo, com a criatura imprensada na parede ele começou uma sequência com os seus melhores e mais excitantes beijos, daqueles que passavam as manhã trocando quando ainda existiam um ao outro. O cheiro da criatura já tinha empreguinado todo o seu pensamento, ele estava em êxtase seu corpo anestesiado.
Quanto tempo ele pensou... Que cara mais louco, imaginou a criatura. Começaram então a despirem-se sem nenhum medo e pudor, eles podiam tudo, era o acerto de contas, nunca tinham chegado aos finalmente nos tempos de namorados-ficantes-amigos-estranhos.
Ele foi o primeiro a ficar sem roupas que foram praticamente rascadas do seu corpo, mas ele por sua vez foi paciente e com muita calma desabotoando botões e abrindo zíperes, não poderia perder nada de vista, tinha que gravar tudo em sua mente detalhe por detalhe. Com os corpos nus em pelo ele se abaixou primeiro e viu, sentiu e provou do que constatou ser exatamente como imaginou tantas vezes em seu prazer solitário em tamanho e espessura, bebeu tudo sem deixar nenhuma gota e guardou o sabor como um pirata que esconde seu mais valioso tesouro.
Foi então a vez da criatura se lambuzar e pelo serviço prestado ele ficou imaginando nos medos de antigamente, por conta deles ele nunca tinha sido tocado, mas agora se contorcia de prazer enquanto proferia palavras de baixo escalão contra a criatura que ao ouvi-las se motivava mais e mais. Antes que chegasse a erupção ele puxou a criatura pra mais um beijo, lhe deu uma bofetada e o deixou da quatro em sua frente, cuspiu em sua mão e começou um vai e vem violento com tapinha nas nádegas, mordidas nas costas e lambidas no pescoço e nas orelhas. Com o aumento veloz do entra e sai cada vez mais forte afinal era sim uma vingança os gemidos também eram maiores dor e prazer era realmente o que satisfazia a criatura, ficaram nessa tortura prazerosa por alguns significantes minutos ate quando o nirvana estava sendo atingido ele retirou seu mastro e puxou a cabeça da criatura que tinha os olhos lacrimejando mas em nenhum momento manifestou querer parar e lambuzou a cara de quem tanto tinha feito estragos profundos e começou a melar mais e a dar leves “chicotadas” naquele rosto cínico, perdido e ainda infantil apesar dos anos passados, foi trocado o ultimo e mais demorado beijo, a criatura sorrio como quem tinha gostado e ele cuspiu mais de uma vez naquele rosto lambuzado, sem pena nem um pingo de compaixão se vestiu sem olhar pra criatura muda deitada por cima das folhas secas caídas da árvore, foi quando escutou de longe um tchau num vulto mais rápido que a luz desfez todos os acontecidos e quando recobrou sua frágil consciência estava naquela festa de pessoas conhecidas, vinho barato e o cheiro lhe cortando a alma, percebeu que virava um copo de vinha atrás do outro e percebeu que tinha ruído todas as suas unhas algumas sangravam...Ele correu ao banheiro pra sujar a privada de vomito e lágrimas...

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