domingo, 28 de fevereiro de 2010

Quero, quer ser teu, meu novo?!


Há muito tempo não fico assim
Há muito tempo essa inquietude desesperada não me toma
Há muito tempo essa agonia satisfatória não me cerca
Fiquei aos nervos pelo simples fato de não ter tido uma conversa digna
De não ter jogado palavras a você
Meios tentados, mas nada e nenhum resultado
Frases soltas de alguns instantes
Nada de encontro marcado
Tua ida em vão ao meu ambiente já sem função
Se lá estivesse, se não fosse tão insatisfeito com a sede
Lá eu te veria, confirmaria
Lá eu já não vou tanto
Por que não me responde?
Por que tanta subjetividade?
Pra que camuflar tanto e deixar tudo interrogado de dúvidas?
Tenho me sentido tão estranho
Sou tão só, perdido, insano
Eu queria pelo menos um contato
Constatar com tua presença os fatos
Apreciar teus atos, vislumbrar teus gestos
E o melhor de tudo sentir teu abraço
Essa revolução silenciosa não é de hoje
Esse carinho, o teu prestígio já tem tempo
Mas sinto isso tão novo, vindo
E foi você que me certificou
Com tua filosofia de vida, os conselhos
Confesso ter medo, achar inseguro
Você tira e coloca esperanças
Que seja novo
Que me venha o novo
Que eu seja teu desejo de novo
Que os novos se juntem...

Inconsciência realista de um Pierrot


Eu continuo mergulhado em minha fossa
Continuo esparramado na luxuria praguejada
Continuo com esse meu jeito empírico sem trégua
O tempo não me reserva surpresas renovadas
Ele faz surgir de profundezas desagradáveis, você fugitivo
Essa perseguição de coincidência que nos deixa verso e lado
Tão longe de casa e me chega assim trazido por ventos de serpentina
Minha alegria que já não estava tão no clima, fugiu atrás de outro folião
Eu era agora inteiro ódio, rancor, raiva, asco e desejo
Fui te aturando pelo bloco adentro entre cervejas que entornava,
De farinhas de trigo que me lambuzavam e o sol que envermelhava minha pele
Nesse tempo o que sentia apenas se expandia e se intensificava
Minha cara de foda-se durou o tempo todo, alternando-se pelos disfarces
Eu vesti a fantasia do “está tudo bem” e do “eu não me importo com você”
Fiquei me perguntando como você fez tanto estrago
És feio, apático, pálido, manhoso, uma víbora pronta pro bote
Com ele, eu poderia ter ficado antes, ser mais um em seu jogo de acúmulos
Mas não, deixei mesmo pra você por gostar tanto disso, pelo teu fogo de puta ruim
Quase cai na tentação, mas não sou de me vangloriar, de fazer guerras inúteis
Resisti a não sucumbir mais uma vez, quem sabe me fazer de coitado em tua frente
Mas foi tu que provocaste saudades do amado e peso na consciência dele
Se o beijaria?
Quem sabe, não sei se pra satisfazer e alavancar meu ego
Ou num desespero insano travar uma busca por teu gosto em outra boca
Sim! Por que isso você faz bem e é do que mais sou saudoso
Depois de tanto cansaço, coisas que não precisavam ser vistas
De pele ardendo, do banho tomado e alguns cigarros fumados em duo
Pra não te ver possuindo e provando a ele, me vou
Sigo com meu mau humor afinado e censurado
Sigo pensando mais uma vez, como faço sempre
As vezes algumas palavras recortadas, vontade de pegar o caderno
De sair rabiscando a raiva com furia pelas linhas, mas o corpo pede um sono
Dormir com pesares na consciência e sofrer no peito
Ódio de você
Ódio do lugar festivo
Ódio das pessoas vazias
Ódio do traidor sagaz
Ódio de mim mesmo
Ódio maior ainda da minha solidão...

Sempre ter de lhe vê!

Mas sem querer lhe vê...Com a mesma afeição cansada, com ar um tanto preocupado, e os olhos sempre envergonhados.

Sempre ter de lhe vê!

Mas sem querer lhe vê... Com o mesmo jeito desgastado, e a mente um tanto fechada a, se pergunta se um dia será mesmo amado.

Sempre ter de lhe vê!

Mas sem querer lhe vê... Com aquela mesma preocupação, em querer não aceitar as coisas como são, querendo que a culpa realmente não fosse sua, mas talvez do teu próximo.

Sempre ter de lhe vê!

Mas sem querer lhe vê... Com aquelas olheiras expostas, parecendo um velho precoce, achando que é isso esta amando!

E tentando por na cabeça que o amor nunca é recíproco...

Talvez cada vez mais caindo, num ato ilusório, de não sentir dor...

Cada um tem suas formas de fugirem de suas dores, dos seus medos...

Sempre ter de lhe vê!

Mais sem querer lhe vê... Achando que foi iludido ou usado, por um garotinho, que ainda se preocupa com balas, e pirulitos, mais não se preocupa em pagar contas de taxi. E que você se deixou levar.

Sem querer dizer que a culpa foi sua, não permita amar sem ser amado! E se, em um relacionamento nunca for amado não ame! Não sofra! Não se entregue! Não se iluda...

Sempre ter de lhe vê!

Mais sem querer lhe vê... Em uma luta incansável de ser amado, sem perceber que já é amado, talvez não da forma tórrida, mas são amores sinceros. Ou talvez até mesmo quente?...

Sempre ter de lhe vê!

Sem querer lhe vê... Nessa mesma lamúria de sempre, ha falar de amor, de dor, de solidão, de carências, de sofrimento, de merda... Sempre a mesma dor... Não quero lhe vê...

Sâmara Gardênia...

sábado, 30 de janeiro de 2010

Tranca


Agir, me mexer, produzir, ser
Não quero ser só ideias
Nas mesas de bares, rodas de amigos
Conversas que não tem nenhuma ação
Quero me entregar de verdade a algo
Sem ser humilhado por Reis
Ser viver em nenhuma ditadura mal fadada
Curvar-me passivamente a doutrinas prevaricantes
Quero uma cooperativa atuante
Um grupo ciente de tudo que quer poder passar
Meter e quebrar a cara, aprender e ensinar
Satisfazer as próprias vontades-coletivas
Quero dar certo, achar e saber que rumo tomar
Saber onde ocupar o pensamento quando preciso
Longe de cobras-coroadas-angelicais
Sem brigas mesquinhas pra demonstrar poder
Sem uma sombra que tenta ser e ter uma competência puxada por saco
Seguindo a risca os paços de um amigo expulso de reunião ao sábado
Amigo que teve prazo de validade vencido
Indo embora com a vaidosa dos abismos bêbados
Também tenho medo de não continuar
De cair na assombrosa decadência
Meu prazo também está vencendo
Não tenho cara de pau como o aproveitador que passou pro outro lado
Se é que um dia esteve do lado dos filhos da puta
Não quero ter meus escritos sempre dedicados a um bosta de Vênus
Pra essa tripa-magrela-amarela-sem-sal
Que agora me persegue no pouco tempo que durmo e consigo sonhar
Já risquei aqui tantas mazelas
Não quero me reclusar dentro de mim
Me fechar pro mundo, não ser
Parar no tempo, não agir, ser só pensamentos
Me vejo anti-socializando, me estranhando com as pessoas
Me vejo distante de tudo, num tempo perdido
Fora de tudo mais uma vez
Será que estou sendo tomado por pessimismo
Eu só quero ser honesto comigo mesmo...

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Pensar, pensar, não querer, abominar, fazer, continuar, gostar !?


Esse é um ciclo que não me deixa
Repete-se constante, viciei nesse lado promiscuo de ser
Escondido, instigante, perigoso
Acabei me acostumando com a variedade
É bom ter muitos tipos conhecidos
Saborear de vários gostos e tamanhos
Explodir em desejo nas mãos de outros
Ver a erupção branca de satisfação e sugá-la
Ter medo, mas não poder se controlar
Os amigos-amigas já sabem
Todos fazem se deliciam no santuário da carne, o sanitário
Depois, do lado de fora, só o olhar do somos da mesma laia
Quem sabe trocar números, ir pra outro lugar
Se morar perto, se tiver carro pode ser nele mesmo
Pode ser um par, trio ou quatro, cinco
Depende de quem chegar e de quantos disfarces urinários tiver
Gosto mais quando nem se vê
Mãos por entre o espaço, de cócoras, boca em ação, contorcionismo
Procura, espera, só olhar e ficar na mão às vezes
Ter medo, estar mais solto, mais liberto, mais puta
Prazer e só prazer, é só por momentos e depois?
Muitas vezes consciência pesada, nojo
Por que chegar a esse ponto?
Por que reprisar esse ponto?
Fazer o que se não se tem nada permanente
E quando se tem?
Conheço muitos que se entregam a esse ponto do mesmo jeito
Mesmo tendo posse de permanente
Nesse ponto tem de tudo
Os de aliança, maduros, de outro gênero, solitários, iniciantes, aproveitadores
Tem de tudo é só escolher o da vez, tudo muito variado
Tem em todos os lugares, basta ter as farinhas do mesmo saco...

sábado, 23 de janeiro de 2010

Esperança



Nervos a flor da pele
Pensamentos espalhados pela cabeça
Sono fugitivo ou não procurado ou temido
Oportunidades aparecendo, conquistadas
Na classe a mesma coisa, os melhores e amigos se foram
Ficaram puxa sacos, pegadores do bastão do Rei
Medo a toda hora, a cada instante, paranóia
Sai da fossa que estava mergulhado
Mas e agora o que será me dado?
O nada?
O incerto não responde
Só me olha já que olhar vale
Serão minhas esperanças antecipadas?
Malvadas que maltratam, judiam
Nem sei se ainda amo, penso que não
Me parece que estou preso ao rancor
Ah! Tripa ossuda, apática, dissimulada, promiscua
Temos como em comum o mundo que vivemos
Aproveitando como for mais fácil, pegando o que dá
Usando, usado, sujo, escondido, trancado
Tenho medo do ardor, do querer por ser instigado
A qualquer hora, muitos, todos, o que der (e comer também)
Fico pensando se mantivesse a mesma inocência do medo de antes
Talvez tudo pudesse ser melhor, mas não!
Tudo seria no máximo diferente
Eu apenas ainda não me apaixonei de novo, não consegui
Mas espero o que olha, o do sorriso largo cheio de dentes, lindo
Que não tenha sido conclusões falsas
Tenho tido muitas nesses tempos
Que consiga fazer algo, qualquer coisa
Acho que desaprendi a arte da conquista
Acho mesmo que é nunca soube dela
Eu apenas sou o que tenho na alma
Procuro alguém que saiba enxergá-la
Se é que ainda procuro, também quero ser encontrado
Incerto faça algo, dê certeza, pelo menos me olhe...

domingo, 17 de janeiro de 2010

Deixa pra Lembrar


Vejo que o tempo que nós separou
Também distanciou nossos caminhos
Outros vieram, nós somos outros
Acho que sofremos do mesmo mal
O desespero de querer tentar de novo
Com a mesma significância
E de você, suas coisas, o teus atos
Eu sempre só acharei, nunca saberei
Por que o vai e vem?
Por que o cair da ligação?
Por que não me atender?
Por que me fazer sofrer
Pago um preço muito alto por minhas esperanças
Por me apagar tanto a elas
Por apenas criala com tanta facilidade
O primeiro da fila dos abismos
Tão complicado, eu tão inocente
A música ouvida por mim, pra me lembrar
A mesma que canto até hoje
A viajem as laranjeiras de historia
O dias em minha prisão
O quarteto-formado-fantástico
Manchas de vinho no teto
Aperto na cama pequena
Uma conversa insana, que desconsertou
São partes agora dessa minha memoria fraca
Nossos finados-falecidos nós assombram
Eu ainda estou apaixonado
Me envergonho, bloqueio o pensamento
Quem sabe vender tudo e sumir
Mudar de cenário, mas carregar a impaciência
Já te letrei tanto em minhas riscas líricas
O que faremos?
Quem vai nós libertar?
Precisamos mudar o foco e parar de nós prender...