Percorro o sono dos amigos nas minhas madrugadas pensativas
Com uma viva esperança de achar teu endereço
Encontrar o baú secreto com um contato seu
Quero martelar minha solidão em você
Gritar na tua rotina o silêncio dos meus dias
Te trazer de volta numa tentativa covarde e dolorosamente sincera
Meu melhor palavreado numa conquista contemporânea, mas com sabor antigo
Jogando meu orgulho nos teus pés, querendo que você faça um gol
Arriscando o que sou, ouvindo todas as musicas proibidas
Recolhendo as lagrimas derramadas por tanto tempo
Revirando o silencio, abusos, ódios, aquele adeus patético
Habitante dos meus sonhos repetidos, seqüência atordoada da carência
Loucura sem amor, é só o que me resta
Saio querendo esbarrar por acaso no teu sorriso cínico
Roubaria as flechas do cupido e atiraria todas em você
Parece que não me curei da doença, a abstinência não passou
Ou é apenas uma maneira de vingar minha vaidade
Corromper o já corrompido, dar o troco
Me render de vez ao obscuro de te amar
Mergulhar na tua realidade imaginária
Aquela que me desconcertou de vez
Só quero mesmo é te olhar sem medo
Te reencontrar nas tuas pupilas dilatadas
Nos calafrios que me causa, tua língua me ouvindo
Meus poros exalando o desejo que o corpo não deu conta
Tentei compulsivamente me livrar das tuas lembranças sólidas
Era te esquecendo que te marcava mais ainda em minha pele
Percorri os caminhos contrários e sempre tropeçava em suas pedras
Então resolvo correr disfarçado na direção do teu cheiro nicotinado
Nesse movimento involuntário, meus dedos ditarão esse caminho
Quem sabe assim nos encontramos na volta
Ou se nada for como deve ser, vou perceber que você nunca esteve
Que nunca chegou...
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