Minha mente ainda me trai dessa forma
Sonho, não sei se é a definição correta, acho mais cabível devaneio
Devaneios são mais reais, assim como o desconforto que me fez adormecer mais cedo
Que me fez dizer chega para mim mesmo, não ficar esperando ao relento por mais maus tratos
Por essas tuas palavras duras, essa tua tão trabalhada forma de me desmotivar
Tua boca lotada de respostas e humilhações pra esse cachorrinho que te abana o rabo
Não sei quem piora o estado de quem
Te digo que o vinho não nos desceria bem, não avia clima de comemoração
Mas um bom início seria tentar enxergar fora da bolha, observar, notar
A impressão que tenho é que meus silêncios são mais ouvidos que minhas palavras
Me retirei junto com meu tão frisado egoísmo
Mas olhe bem e você poderia perceber o que fui fazer a seu encontro
O que foi dito inexistente, agora não faz parte de mim
Já que a nova ordem é saber se aproveitar dos outros, espero o novo obrigado
Pensei em cumprir o ritual de quinta, algumas vezes praticado e inúmeras vezes cobrado
Ver um filme ou apenas ficar rodando de um lado pro outro, ver os livros e voltar para casa
Tentei, mas o sanduíche de almôndegas não me seduziu e o filme não cabia em meu horário
Dei-me de esmola para o desconhecido em alguma brecha e tomei meu rumo de sempre
Junto, uma louca tentativa de amenizar os hematomas das tuas pedras contra mim atiradas
E na noite, no sono, ele
Não você, mas ele me soprando mais uma vez vontades que nunca praticarei
A verdade de que ainda estou preso, mas sem coragem de emitir contato
Essa traição mental onde me vingo de tudo
Onde escarro, bato, beijo e desgraçadamente ainda amo
Chego até a sentir saudade e se acordo não abro os olhos, tento voltar
Voltar para aquele canto tão escondido da minha cabeça onde ficam todas as coisas que quero esquecer, mas não esqueço
São sombras como essa que me atormentam tanto e deixam em uma espécie de engodo o sono que não existe mais
Poderia não ter comparado os dois, da mesmo forma que me comparas todo o tempo
Talvez, nem deveria ter fundido essas historias num mesmo nada poético cheio de poesia pobre de metáforas e rica em ego
Mas para ele eu não destino mais nenhum escrito, então aproveito o descontentamento teu com o ódio fatal dele
Esse livro lido por nós dois, numa dedicatória embriagada
Os dois que me corroem literariamente
E no fim o que espero passar é a raiva e não você...
Nenhum comentário:
Postar um comentário