domingo, 11 de agosto de 2013

Colidir



E assim se deu, o esbarro, de repente mas não por acaso
Uma espera torturante e nem de longe imaginada
O encontro demorou apesar da impressão de já  ter acontecido
Apesar de todas as certezas adquiridas e que para nada serviram
Assusta esse choque, demora voltar a orbita
Nervos dão sinal de fraqueza
Acreditar não é comigo, uma das percepções tidas
É muito mais fácil crer nas invenções
Ir deixando acontecer
Minha mente é uma maquina de ficção criadora de fabulas tortas
Onde os roteiros não me dizem nada
E então o supetão, um sacolejo transformador
A presença se instala e pronto, existe
Assim, dessa forma, só não posso dizer que é simples
Nada é simples e simplicidade deveria ser uma meta
Aliás ouso dizer que não há nada mais complexo
Já que a dúvida que existia antes ainda persiste
Acontecer é a regra primordial
O choque não traz certezas, pelo contrário, firma a desconfiança, o cuidado
E tudo continua exatamente como antes,
Medo e vazio assombram da mesma forma
Tudo permanece e enraíza, fui fixado em torno das coisas
Me pertenço afinal
A implosão se fez e sentidos não bastam nem explicam
Agora tenho a certeza do porto final
Quem diria ser assim o encontro, uma afirmação do desespero
E como é sempre mais fácil perder, isso pode durar muito pouco
Minha grande patologia é a culpa, onde os sintomas são dúvidas
Entre esses fluxos e refluxos permanecer é ainda o que importa
Que pelo menos a respiração aconteça com mais leveza
Tentarei esquecer os cacos que restaram na moldura, não quero anos de azar
Faço preces calorosas, acredito, creio na súplica
É foda sempre pensar no porque...

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