sábado, 8 de setembro de 2012

Algumas bobagens que fugiram




Abraço a loucura para escapar da rotina
Me saboto por não suportar meu dia-a-dia
Apenas uma tentativa de controlar essa rota sem guia
Vou indo para lugar algum e querendo chegar onde, para quem?
Acabo sempre destoando,desviando, deslizando, desiludido
Não quero pensar na solidão
Acendo todas as luzes, deixo a TV no volume máximo, não quero estar só
Me ocupo dos meus livros e filmes, quando muito desesperado, ouço música
Quero estar surdo para esses silencio que só, eu escuto
Detesto meu drama, essa falsa literatura, minha pretensão e o clichê modesto
Sou um paspalho sem salvação, mais um carente sem receita médica para a cura
Poderia ligar e conversar com alguém, mas não quero desperdiçar o tempo alheio
Talvez não tenha números na minha agenda
Patético mais uma vez e olha que admitir não é o meu forte, prefiro a mentira
Afinal de contas fomos feitos para alimentar ilusões
É que preciso da fantasia para preencher os buracos
É que preciso também escrever para ocupar esses espaços
Resultados sortidos um pelo outro talvez
Não tenho teorias, nem obtenho muitos resultados
Estou na noite, entre cigarros, leite quente, a lua, vodka com muito gelo e limão dando sabor a amargura
Tento apenas me esvaziar dos vazios
Não posso encher ninguém com essas lorotas açucaradas
Nem soletrar as palavras de um livro de poesia vagabunda
Não suporto quando fazem isso comigo, me alugam para lamurias de balcão de bar
Por que sim, eu sou um cretino também
É que Mainha disse que devemos assumir nossos podres e garantir a salvação
Mas tenho outras coisas a me preocupar
Como essa outra galera que resolve dialogar com meus ouvidos na hora do sono
Quanta besteira posso juntar em tão pouco espaço de papel
Quem sabe um dia eles me ensinem a escrever um poema de verdade
A ter uma conversa normal, tatear a realidade
Não sei se quero continuar preenchendo os espaços
Quero dar uma volta, tomar uma cerveja e alugar alguém no balcão do bar...

Um comentário:

  1. Sem "rasgação" de seda. Já falei uma vez para Euler e agora repito para você, sou meio que viciado na escrita de vocês. Sou um leitor silencioso, mas constante. Esse ai tá muito bom. Me identifiquei muito. Parabéns!!!

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