segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Onde faltam vírgulas sobram pensamentos


Instintivamente preencho linhas

Como quem descobre o corpo alheio

Sem saber como terminar o verso

Onde ele deve parar?

Se é que para o pequeno cuspe

Uma escrita madura e estruturada

Solta, funda, culta, puta

Um poeta cego vagando sem nexo

Estômago vazio faminto por prosa

Garganta seca pedindo rima

As unhas roídas, rasgadas

Os pulsos em fluxo

O coração encharcado

Pobre, vago, branco, cheio de linhas

O caderno de poemas vazio...

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