segunda-feira, 4 de março de 2013

Entre os pensamentos confusos




Já não suporto mais, não me aguento mais
O peso da cabeça está insustentável
Um sofrimento mais que detestável, quase inventado
Digamos que dramatizado além da conta, ou não, acho que não
Os cigarros acabaram e o livro de poemas já esta decorado
Posso até fazer um sarau, o sarau de ninguém
O telefone não tocou, apesar da insistência do meu olhar
Nada mais deprimente que olhar para um celular que não toca
Não ouso vozes, escuto pensamentos
Estou só, rodeado de palavras medíocres, gestos impensados e algumas conclusões incertas
Ninguém deve perder tempo lendo isso
Ninguém, é isso que me acompanha noite adentro
Ninguém é quase gente agora
É desespero, assim, nessa velocidade
Como pode, como posso?
É que se não fosse assim, não seria comigo
Seria TV, filme, livro, esses que não consigo mais ver, nem ler
Consigo pouca coisa além de toda essa confusão
Mentira, não consigo mais porra nenhuma
Parece inaceitável querer o simples
Deveria parar com tudo, endereçar para a casa do caralho
Parar de dizer, de espatifar a cara no chão, me resguardar, será?
Ser como os outros não é pra mim, não, e eu até que tento
Ainda não acertei a dosagem de ingredientes nessa receita banal
Sou dado a exageros, coleciono clichês
Aliás, não, eu não sou, nós, nós não somos nada
É ai que está todo o cerne da questão, essa é a raiz da confusão
Pra não dizer desespero e, assim, já dizendo
É isso, como já falei não sei das regras, nem como se faz, vou tentando
Pondo tudo que tenho numa bandeja de prata com bordas elisabetanas
Sou de outra época, lembra?
Os arrepios seguem aumentando
Preciso voltar à vida, ou ao que considero ser ela
O relógio corre rápido e uma das poucas coisas que sei é que não há espaço para medos
No entanto fica difícil não tê-los
Morro, morro de medo, medo e fome, fome também, muita muita muita fome
Tinha alma naqueles olhos, alma boa, alma doce
Isso quem sabe pode até ser um pedido, minha mensagem silenciosa...

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