
Agora, para esticar as madrugadas da lua que olha sem descanso
Escuto aquela canção, resposta tua
A boca vermelha virginiana de olhos em ventania
Justa ventania que me toca como se fossem tuas mãos a me abarcar em proteção
Como antigamente, num tempo de confusão chuvosa e paredes em ruínas, escombros
Viciei-me na sua resposta indireta, o vídeo que você não gosta
As coisas mudaram seu frescor, não entendo como não podemos perceber
Eu não sei mais, nunca soube, saberei?
Tenho uma fome do mundo, não me encha esse oco consistente
Pássaro que perde o canto no conforto da gaiola
Jogue fora sua matemática de amor, jogue fora esse engano
Será mesmo que seguraria de olhos fechados em tuas mãos?
E se esses olhos estejam abertos por quanto tempo vão durar cegos?
Eu posso mesmo repetir, nos repetir, podemos?
Amor, criação ocidental, enganoso tormento
Me perco farejando a intensidade da paixão
Ilusões sonhadas, como a que te toma o tempo agora
Refúgio de sensações, válvula de escape
Nos imagino sob uma luz antiga no fim da tarde, onde hoje paira uma saudade sem socorro
Quero que você entre pela porta da frente, troque todas as fechaduras e construa uma parede na porta dos fundos que um dia te fiz ver o lado de fora
Não quero mais tua vos amiga no telefone em frases eventuais
Aguentaria eu as quatro paredes adocicando minha imaginação visceral?
Não sou dado a calmarias
Ele está partindo finalmente, medo de recomeço
Aquele que fez sombra, anoiteceu qualquer dia que invadiu como um ladrão
Eu estou enxergando mundos que antes estavam fora de foco
Será que me reconheceria nos abraços, nos braços?
Aparece qualquer dia com todas as respostas
Comigo não é permitido segurança
O que posso te dar de certeza é um simples: Eu não sei mais...